quinta-feira, 27 de maio de 2010

IGREJA ADVENTISTA TEM NOITE DE FESTA


Foi realizado no dia 23 de maio do corrente ano, uma linda festa batismal na Igreja Adventista do Sétimo Dia do bairro Jaguaribe em nossa cidade.
O culto foi recheado de emoção e convicção da presença de Deus. Durante o mesmo foram apresentados louvores e orações subiram ao trono de Deus em agradecimento pelas vidas resgatadas. Estavam presentes pessoas de outras igrejas como da Central de União, Cohab e do bairro do Jatobá, de onde vieram as sete pessoas que selaram seu compromisso com Jesus. Todos estavam radiantes de alegria e não viam a hora de descerem às águas para poder, de fato, serem uma nova criatura.

D Josefa, Cícera Ferreira, Maria José, Tercília Gino, Severino,
Cristina, Luciene e o  Pr Linconl na hora do voto batismal.


     
A igreja estava lotada para presenciar a alegria dos novos irmãos.


  
Mãe e filha voltando para os braços do Pai


Hora do apelo: "Momento em que o Espírito fala ao coração
mais fortemente".


Pr. Linconl, pastor do Distrito Central de União da qual a igreja do Jaguaribe faz parte.

domingo, 16 de maio de 2010

IMPACTO ESPERANÇA REALIZADO EM UNIÃO DOS PALMARES




Com uma iniciativa da Igreja Adventista do Sétimo dia para toda América do Sul, foi realizado na cidade de União dos Palmares, município há aproximadamente 80km de Maceió, capital alagoana, o projeto Impacto Esperança. Um evento que já foi realizado no ano de 2008 com o tema "Tempo de Esperança", que objetivava falar da iminência da volta de Jesus e que agora veio numa nova roupagem, visando trazer às pessoas a quem eram distribuídas a revistas "Um Dia de Esperança", a necessidade de ser ter um dia para descansar e também a conscientização de que este dia está nos planos de Deus desde os tempos eternos.


No sermão que antecedeu o Impacto propriamente dito, o Pr.Linconl do Distrito Central de União dos Palmares, falou acerca da "necessidade de sairmos dos bancos da Igreja e irmos até onde as pessoas estão" e também, "não podemos cometer o mesmo erro de Sansão quando perdeu seu foco de missão. Temos que sair e falar sobre esse dia que é o dia mais importante para nós."



Irmãos da Igreja Central de União dos Palmares se preparando para a saída.

O Prefeito de União dos Palmares, Kil de Freitas, visitado pela equipe da Igreja Central. Na oportunidade recebeu um exemplar do livro "Um Dia de Esperança".

A primeira dama do município de União do Palmares, D.Gabriela, também recebeu a equipe da Igreja Central e foi presenteada com o livro "Um Dia de Esperança".

Débora entregando material do Impacto para o gerente do Banco do Brasil, Medeiros.

Gilson (à esquerda) liderando o Clube de Desbravadores Filhos de Israel da Igreja Central.


Equipe de Alan se preparando para fazer sua parte


Márcia (esposa do Pr.Linconl) também esteve lá

"O memorial de Deus, o sábado do sétimo dia, o sinal de Sua obra em criar o mundo, foi removido pelo homem do pecado. O povo de Deus tem uma obra especial a fazer em reparar as brechas feitas em Sua lei; e quanto mais nos aproximamos do fim, tanto mais urgente se torna essa obra. Todos quantos amam a Deus mostrarão que Lhe trazem o sinal pela guarda de Seus mandamentos. ...
Quando a igreja aceita a obra que lhe é dada por Deus, tem a promessa: 'Então, romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.' Isa. 58:8"
.  Testemunhos Seletos, vol. 2, págs. 503 e 505.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

DEVERÍAMOS DIZER A VERDADE, MESMO COM RISCO DE MORTE?


Ela era uma cristã – uma cristã adventista do sétimo dia. Cria que Jesus amava todas as pessoas. Queria ser como Ele e viver tão-somente uma vida tranquila, prestando amoroso serviço aos que mais necessitassem. Mas aquele não era um tempo comum. O exército de Hitler marchava através da Áustria e a Gestapo estava caçando judeus. Seu amor compassivo deu abrigo a Fritz, um menino de 12 anos. Nada errado com isso, exceto que ele era judeu. Um dia, a temível Gestapo bateu à sua porta e lhe fez uma pergunta direta: “Sra. Hasel, o Fritz está em sua casa?”
O que deveria ela dizer? A verdade, e permitir que o menino fosse sacrificado? Ou enganar aqueles assassinos? A vida de uma criança inocente estava em jogo! O que você diria se estivesse em idêntica situação?
A conjuntura pode parecer remota, mas todos enfrentam amiudadamente a tentação de ser menos honestos: exagerar uma proeza atlética; apresentar o resumo de um livro baseado apenas numa fração da leitura exigida; plagiar material de pesquisa; fazer insinuações que atinjam o caráter de outrem, ou adulterar números para melhorar seu status.
Para alguns, a questão de dizer a verdade se tem tornado um problema perturbador. Por exemplo, o que deveria fazer um professor quando um ex-aluno, que não merecia muita confiança, pede uma recomendação? Para evitar ser processado, Robert Thornton sugere uma resposta totalmente indefinida. Se alguém foi sempre negativo, poder-se-ia dizer: “Sua contribuição foi sempre crítica.” Se a pessoa era melhor qualificada para trabalhos de zeladoria, poder-se-ia dizer: “Se eu fosse você, eu não hesitaria dar-lhe maiores responsabilidades.” Para descrever um candidato que provavelmente estragaria qualquer projeto, poder-se-ia dizer: “O que quer que ele assuma – não importa quão pequeno – ele estará cheio de entusiasmo.”1 William Lutz refere-se a essa forma de comunicação como “falar duplo” – uma linguagem “destinada a fazer com que as mentiras pareçam verdadeiras.... a torcer a realidade... a fazer o mau parecer bom, o negativo parecer positivo.”2 Jerry White observa com perspicácia: “Praticamos engano quando levamos alguém a crer numa mentira, mesmo falando palavras verdadeiras.”3
 
Dizer a verdade: o que isso significa?

O que significa “dizer a verdade”? Quando estudante de segundo grau compreendi essa frase num sentido estritamente “literal”. Eu era cuidadoso para nunca dizer uma mentira (“Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor” Provérbios 12:22)4, mas não tinha escrúpulos ao enganar alguém através de um encolhimento de ombros, ou mediante a pergunta, “Como saberia eu?” Mais tarde aprendi que o mesmo livro que condenava a desonestidade verbal, também punia o engano não-verbal. Mentiroso é alguém que “anda com a perversidade na boca, pisca os olhos, faz sinais com os pés e acena com os dedos; perversidade há no seu coração...” (Provérbios 6:12-14). Sissela Bok observa que essa “manipulação intencional de informação” pode ser feita “mediante gestos, dissimulação, por meio de ação ou inação, e mesmo pelo silêncio.”5
É verdade que o nono mandamento: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxodo 20:16), é de natureza legal, proibindo especificamente o perjúrio malicioso. Contudo a Bíblia, através de suas páginas, repetidamente condena o engano num sentido amplo, indicando assim que essa proibição não devia ser limitada a casos meramente judiciais. Por exemplo, Levítico 19:11: “Nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo.” Ou Sofonias 3:13, falando do remanescente: ele “não cometerá iniquidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa.” Ou a admoestação de Paulo de abandonar a mentira (Efésios 4:5) e falar “a verdade com amor” (Efésios 4:15). Ou ainda a ênfase de João de que não haverá mentirosos na Nova Terra (Apocalipse 21:8, 27; 22:15).6
 
Honestidade absoluta: é ela necessária?

Ao se ler a Bíblia torna-se evidente que as Escrituras insistem na veracidade total, e na honestidade absoluta sob todas as circunstâncias. John Murray afirma: “Toda a Bíblia exige veracidade; não podemos jamais mentir.”7 Agostinho admoesta: “Nem devemos supor que haja uma mentira que não seja pecado.”8 E a Sra. White adverte: “Falsidade e engano de toda espécie é pecado contra o Deus da verdade e da veracidade.”9
Ademais, dizer a verdade não é simplesmente uma questão externa. A Bíblia diz: “Engano há no coração” (Provérbios 12:20; conferir com 6:14; 23:7; Jeremias 17:9). Jesus mostra, no Sermão da Montanha, que todo pecado começa de fato na mente, antes de achar expressão em atos (ver Mateus 5:21, 22, 27, 28). Portanto, como Bok corretamente observa, engano é “aquilo que é feito com a intenção de iludir”10. Assim, “a intenção de enganar é o que constitui falsidade.”11

Histórias bíblicas: o que dizem?

Naturalmente surge a questão: Que dizer de todas aquelas histórias bíblicas onde pessoas usaram engano por causas chamadas dignas? Sifrá e Puá, as duas parteiras hebréias, enganaram Faraó com respeito aos meninos que lhes tinha sido ordenado matar (Êxodo 1). Raabe mentiu ao esconder os dois espias israelitas (Josué 2). São essas histórias “exemplos... escritos para aviso nosso” (I Coríntios 10:11a; conferir com Romanos 15:4)? Alguns pretendem que “parece difícil evitar a conclusão de que esses eram exemplos aprovados por Deus, de como Ele deseja que nos comportemos em conflitos morais semelhantes.”12 Se for assim, mentir para salvar vida seria perfeitamente legítimo, e a coisa moralmente correta a fazer.13
Mas seria isso o que I CoríntiosCorinto: “E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (I Coríntios 10:6). Então o apóstolo seletivamente enumera alguns desses males, tais como idolatria e imoralidade sexual (versos 7, 8), juntamente com alguns dos castigos executados por Deus (versos 8-10). Claramente, então, longe de sugerir que as pessoas deviam imitar as ações de caracteres bíblicos sem discernimento, I Coríntios 10:11 está apelando a todos para evitarem a transgressão dos mandamentos morais de Deus, o que também inclui o preceito de se abster de todo engano.
Alguns têm notado que a Bíblia em parte alguma condena Raabe diretamente, ou as parteiras hebréias por suas mentiras. Contudo, um estudo cuidadoso das Escrituras revela que a falta de uma condenação direta de ações não é indicativa da legitimidade dos atos executados. Por exemplo, não há condenação registrada acerca do incesto envolvendo as filhas de . Visto que a filha mais velha teve um filho chamado Moabe, que se tornou o antepassado de Rute e finalmente de Jesus, dever-se-ia concluir que esse ato incestuoso fosse uma boa coisa?

Deus é fiel: Ele protege os Seus

É importante notar que imediatamente após I Coríntios 10:11 vem o lembrete de Paulo de que “Deus é fiel” e que Ele “não vos deixará tentar acima do que podeis, antes, com a tentação, dará também o escape para que possais suportar” (verso 13). Em outras palavras, Deus nunca permitirá que alguém esteja numa situação onde seja forçado a praticar engano; sempre haverá um modo moralmente correto de sair do problema. Ellen White nos diz que embora toda pessoa seja um agente moral livre, cuja lealdade precisa ser testada, “ele nunca é levado a uma posição tal em que render-se ao mal se torna coisa forçosa. Nenhuma tentação ou prova se permite vir àquele que é incapaz de resistir”.14 Com efeito, o apelo de Deus é: “Que eles tivessem tal coração que Me temessem, e guardassem todos os Meus mandamentos” (Deuteronômio 5:29); porque “os Seus mandamentos não são pesados” (I João 5:3) e o crente “pode todas as coisas nAquele que o fortalece” (Filipenses 4:13).
Assim, o que deve o cristão fazer quando em face de uma emergência de vida ou morte? O que disse a Sra. Hasel quando lhe perguntaram se Fritz estava em sua casa? Confiando que Deus produziria o melhor resultado, ela encarou o soldado e disse: “Como oficial do exército alemão você sabe qual é sua responsabilidade, e você está convidado a cumpri-la.” Com a culpabilidade de sua má ação agora inteiramente sobre seus ombros, o nazista deu meia-volta e deixou a casa tranqüila.15
Tais relatos de fé inflexível, unida a uma obediência radical, podem ser multiplicados. Considere, por exemplo, outra história da Segunda Guerra — essa agora vinda da Polônia. A Sra. Knapiuk e sua filha Marion estavam vivendo num quarto, quando uma menina judia caçada por soldados alemães correu para dentro e escondeu-se debaixo da cama. Elas estavam bem conscientes de quão perigoso isso poderia ser, porque na casa adjacente, o dono de uma padaria e sua filha tinham sido presos e levados para um campo de concentração por ter ele vendido pão para um judeu. A Sra. Knapiuk era uma mulher de muita fé, mas as coisas aconteceram tão depressa que ela não teve tempo de pensar o que fazer. Assim, sentou-se à mesa, abriu sua Bíblia e começou a ler e orar. Quando um soldado alemão entrou, ele reconheceu imediatamente o que ela estava lendo, e pronunciou somente duas palavras: “Boa mulher”, e prontamente deixou o quarto.

Conseqüências: devem ser consideradas?

Histórias do século 20 tais como essas nos lembram Sadraque, Mesaque e Abednego e sua lealdade impassível. Conquanto esses três hebreus soubessem que Deus tinha poder para livrá-los da fornalha ardente, informaram o rei Nabucodonosor que, mesmo que Deus não escolhesse livrá-los, eles ainda permaneceriam fiéis (Daniel 3:16-18). Comentando essa lealdade inabalável, Ellen White observa: “Princípios cristãos verdadeiros não param para pesar as conseqüências.”16
Esse parece ser nosso problema quando confrontados com dilemas de vida ou morte; tentamos imaginar o que poderia acontecer se..., então fazemos decisões baseadas nessas especulações. Erwin Lutzer afirma com discernimento: “Queremos ser como o Altíssimo, sujeitos a ninguém. Mas podemos calcular os resultados eternos da retidão de nossas ações? Não podemos predizer nem mesmo os próximos cinco minutos, muito menos o futuro.”17 Ellen White aconselha: “Os embaixadores de Cristo nada têm que ver com as conseqüências. Devem cumprir seu dever e deixar os resultados com Deus”.18
Como então deveríamos fazer decisões morais? No livro do Apocalipse, Cristo afirma: “Nada temas das coisas que hás de padecer... Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2:10). Ellen White escreveu: “Ao resolver sobre qualquer caminho a seguirmos em nossos atos, não devemos indagar se podemos ver que resultará mal do mesmo, mas se está de acordo com a vontade de Deus”.19 Chuck Colson tem razão: “O que Deus quer de Seu povo é obediência, não importam as circunstâncias, não interessa quão desconhecido seja o resultado.” 20 Em suma, precisamos fazer todas as decisões morais não com medo do futuro, mas com fé em nosso Pai celestial!

Jesus: nosso modelo supremo

Nosso modelo supremo de moralidade é Jesus Cristo. Pedro não somente indica que devemos “seguir em Seus passos,” mas especificamente realça: “O qual não cometeu pecado, nem na Sua boca se achou engano” (I Pedro 2:21, 22). Falando mais diretamente, Raabe não é nosso exemplo ético. Essa posição precisa ser reservada em definitivo para nosso imaculado Salvador. Com efeito, os crentes “precisam viver como Jesus viveu” (I João 2:6).
Assim, a resposta à pergunta inicial: “Deveríamos sempre dizer a verdade?”, encontra-se numa proclamação bíblica inequívoca: “Não mintais uns aos outros” (Colossenses 3:9). Pois, “mentir é do diabo, é obra das trevas” (ver João 8:44).21 Esse compromisso com a veracidade é possível somente porque “vos despojastes da velha natureza, com seus hábitos, e vos revestistes de uma nova natureza que progredirá em direção do verdadeiro conhecimento, na medida em que ela é renovada na imagem do seu Criador” (Colossenses 3:9). Ecoando essa perspectiva da indispensabilidade de um relacionamento dinâmico com Jesus Cristo, Ellen White observa que “não podemos falar a verdade a menos que nossa mente seja continuamente dirigida por Aquele que é a verdade”. 22
Jesus é realmente o “segredo” da questão toda de dizer a verdade! Pois, “aqueles que têm a mente de Cristo, guardarão todos os mandamentos de Deus, a despeito das circunstâncias.” 23

Ron du Preez (D.Min. pela Andrews University, Th.D. pela University of South África) ensina teologia e ética na Solusi University, Bulawayo, Zimbabwe. Ele é o autor de Poligamia na Bíblia (Adventist Theological Society, 1998) e de muitos artigos.

Notas e referências
1.   Ver Robert Thornton, Lexicon of Intentionally Ambiguous Recommendations (New York: Simon & Schuster, 1988).
2.   William Lutz, Doublespeak (New York: Harper & Row, 1989), págs. 18-20.
3.   Jerry White, Honesty, Morality & Conscience (Colorado Springs, Colorado: NavPress, 1979), pág. 56.
4.   Todas as passagens bíblicas foram tiradas da Bíblia de Almeida, edição revista e corrigida.
5.   Sissela Bok, Lying: Moral Choice in Public and Private Life (New York: Vintage Books, 1978), págs. 9 e 14.
6.   Para mais informações sobre a definição bíblica de engano, ver Ron du Preez, A Holocaust of Deception: Lying to Save Life and Biblical Morality”. Journal of the Adventist Theological Society 9 (1998)1-2:202-205.
7.   John Murray, Principles of Conduct: Aspects of Biblical Ethics (Grand Rapids, Michigan: William B. Eerdmans, 1957), pág. 132.
8.   Mencionado em Bok, pág. 34.
9.   Ellen G. White, Testimonies for the Church (Mountain View, Califórnia: Pacific Press Publ. Assn., 1948), 4:336.
10. Bok, pág. 9; cf. págs. 6, 17.
11. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1993), pág. 309.
12. Norman L. Geisler e Paul D. Feinberg, Introduction to Philosophy: A Christian Perspective (Grand Rapids: Baker Book House, 1980), pág. 417.
13. Ver, por exemplo, idem, pág. 425; Norman L. Geisler, The Christian Ethic of Love (Grand Rapids: Zondervan, 1973), pág. 75; Geisler, Ethics: Alternatives and Issues (Grand Rapids: Zondervan , 1971), pág. 136. Para uma resposta ampla a essas teorias, ver Ronald A. G. du Preez, “A Critical Study of Norman L. Geisler’s Ethical Hierarchicalism” (dissertação Th.D.) University of South Africa, 1997).
14. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1993), pág. 332.
15. Dr. Gerhard F. Hasel contou essa história numa reunião da “Adventist Theological Society” em Novembro de 1994.
16. Ellen G. White, The Sanctified Life (Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1937), pág. 39.
17. Erwin Lutzer, The Necessity of Ethical Absolutes (Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 1981), pág. 75.
18. Ellen G. White, O Grande Conflito (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1988), págs. 609 e 610.
19. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1993), pág. 634.
20. Chuck Colson, Loving God (Grand Rapids, Michigan: Zondervan, 1983), pág. 36.
21. Murray, pág. 128.
22. Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira), pág. 68.
23. White, The Sanctified Life, pág. 67.

PODEMOS DANÇAR?


Podemos dançar? Sim, diz a maioria da juventude adventista interrogada na América do Norte. Não, diz a maioria dos adultos.
O estudo Valuegenesis, patrocinado pela Divisão Norte-Americana, confirma esta dicotomia em atitudes entre membros jovens e adultos.1 Uma parte dessa pesquisa tratou do modo em que a juventude adventista vê questões de estilo de vida. Pela análise de fatores, os pesquisadores descobriram que estas questões compreendiam três grupos. O primeiro grupo, chamado "Drogas", tratou de normas da igreja sobre drogas ilegais, tabaco, cerveja, álcool e vinho. O segundo grupo, "Cultura Adventista", incluía normas próprias dos adventistas -- tais como a observância do sábado, carnes imundas, exercício diário, sexo somente dentro do casamento, e vestuário modesto. O terceiro, "Cultura popular", incluía jóias, bebidas cafeinadas, música rock, dança e frequência ao teatro.
A pesquisa revelou que a maioria da juventude adventista cria firmemente nos dois primeiros grupos, mas só uma minoria cria no terceiro. Os pais obtiveram notas melhores, mas questionaram as mesmas normas que os jovens. Professores adventistas revelaram a mesma tendência. Diretores de escolas tiraram notas um pouco mais altas que os professores, mas mostraram atitude semelhante. Os pastores obtiveram a nota mais alta de todos os grupos, mas revelaram a mesma tendência, mostrando que eles questionam as mesmas normas que os diretores, professores, pais e jovens (ver o gráfico).
Considere o cinema, por exemplo. De acordo com este estudo, a maioria dos adventistas na América do Norte vai ao cinema e somente 18 por cento da juventude adventista diz que ser adventista subentende não freqüentar cinema.2 Com o comportamento tendendo a se tornar um hábito, ordenar uma mudança provavelmente exacerbará o problema em vez de corrigi-lo. O melhor caminho é um estudo cuidadoso, reflexão reverente e diálogo aberto. 

Princípios e aplicações 

Talvez devêssemos começar com uma distinção entre princípios e aplicações. Sempre que há confusão sobre um princípio e sua aplicação, há necessariamente desacordo sobre normas e estilo de vida. Princípios são eternos e transcendem culturas. O que é verdadeiro para uma geração ou grupo de pessoas é igualmente verdadeiro para outro. Por exemplo, a maioria em quase todas as culturas através da história teve a modéstia em alta estima. A modéstia é um princípio.
Mas princípios são conceitos teóricos. Precisam ser vividos e aplicados à vida real. Tais aplicações requerem interpretação do princípio, e interpretações podem mudar de uma geração para outra, e de uma cultura para outra. Por exemplo, uma geração pode considerar um estilo de roupa de banho imodesto, ao passo que outra geração, não. Ambas as gerações podem concordar com a importância do princípio de modéstia, mas discordar quanto à aplicação do princípio. Uma cultura pode considerar andar descalço em público como imodesto, ao passo que outra nada vê de errado.
Embora seja possível que algumas aplicações de princípios sejam as mesmas de geração em geração ou de uma cultura a outra, não devíamos esperar que este seja o caso, especialmente numa sociedade pluralística na qual mudança parece ser a única constante.
Muitos adventistas têm dificuldade em distinguir entre princípios bíblicos e aplicações. É como se durante gerações aprenderam e memorizaram aplicações específicas de princípios bíblicos sem jamais dar-se conta dos princípios que jazem à base dessas aplicações. Se perguntarmos a tais adventistas por que insistem em uma aplicação particular, talvez não possam dar uma resposta convincente. O resultado? Assumir a defensiva ou abandonar práticas antes aceitas.
Porque os tempos mudam, as aplicações de uma geração podem ser inadequadas para a geração seguinte. Contudo, o princípio bíblico devia permanecer firme. Muitos membros querem respostas atalhadas. Reclamam critérios fáceis para a aplicação. Por exemplo, querem saber se certo grupo musical, ou mesmo um canto pelo grupo, é aceitável para adventistas. Um simples "Sim" ou "Não" pode ser rápido, mas dificilmente leva a uma decisão cuidadosa baseada em princípio. É mais provável que os que levantam a questão comparem a opinião pessoal deles com a aplicação verbal sua. Como resultado, você pode ser pego discutindo sobre a aplicação em vez de ir à raiz da questão, que é o princípio. 

Liberdade e flexibilidade 

Permitir flexibilidade nas aplicações exige uma tolerância que poucos estão dispostos a permitir. A razão é dupla. Primeira, liberdade de aplicação pessoal é uma ameaça à imagem de unidade que queremos preservar como um movimento religioso mundial. Segundo, tal liberdade transfere o foco de atenção de questões externas para motivos internos. Permitir liberdade e flexibilidade de estilo de vida pode ser perigoso -- mas não fazê-lo pode ser ainda mais perigoso.
Em que idade deveriam os jovens ter essa liberdade? Normalmente, só depois do começo da adolescência quando a pessoa está madura para refletir -- processo este necessário para compreender a dinâmica de princípios e aplicações. Portanto, pré-adolescentes precisam que se lhes explique as aplicações. Alguns jovens e adultos também podem precisar de tal orientação, uma vez que o pensamento abstrato não é garantido simplesmente porque uma pessoa passou da adolescência.
Sou adventista desde a infância. Contudo, só quando jovem adulto é que descobri que localizar um princípio bíblico atrás de uma questão de estilo de vida torna a sua aplicação muito mais abarcante do que a norma da igreja. Tenho também achado que algumas atividades específicas que eram tabu não eram necessariamente erradas, mas também que eu não podia participar em atividades que eram "aceitas" pela maioria. Era quase como se eu tivesse que escolher um estilo de vida do século XIX aceito pela igreja ou um estilo de responsabilidade para com Jesus em todas as áreas de minha vida hoje. 

Alguns perigos 

Em qualquer discussão de normas, precisamos de nos acautelar de alguns perigos. Primeiro, a tendência de comparar-se com outros. A Bíblia diz que tais comparações são tolas (ver II Coríntiosstatus de princípio. Em todo caso, é imprudente usar questões de conduta como medida de espiritualidade. Embora ações sejam visíveis, os motivos íntimos essenciais para uma compreensão correta são frequentemente mal-interpretados.
O segundo perigo é a frustração da incoerência. É tão fácil mudar com a situação que perdemos de vista os princípios e valores que deviam guiar a decisão. Ir com a multidão exige pouca reflexão e disciplina própria. É possível focalizar um aspecto da conduta e negligenciar outros. Podemos dizimar a hortelã, o endro e o cominho, mas negligenciar a justiça, a misericórdia e a fé, como Jesus observou (ver Mateus 23:23, 24). Uma vez que tendemos atrair amigos que concordam conosco, raciocínio de grupo tende a nos fazer esquecer de nosso preconceito enquanto permanecemos com o mesmo grupo.
Terceiro, o perigo de excesso de confiança. Quando pessoas estão convencidas de que possuem a "verdade", a certeza predomina. Uma atitude defensiva toma o lugar da tolerância. A menos que nossa compreensão da vontade divina continue a se desenvolver, nossas respostas não vêm ao caso. Isto significa que todos nós precisamos ser reciclados periodicamente, por assim dizer.
Uma reciclagem torna-se necessária durante a adolescência quando o raciocínio abstrato torna-se uma ferramenta utilizável. Para aqueles que cresceram dentro do adventismo, este primeiro processo de reciclagem pode ser penoso. Outro ponto neste desenvolvimento ocorre quando a pessoa começa a trabalhar em tempo integral. Com efeito, a vida inteira pode ser vista como etapas nas quais as perspectivas mudam e a pessoa precisa reajustar seu pensamento como resultado de novas percepções de Deus e da vida. Alguns pensam que quando alguém dá seu assentimento à "verdade", ele está selado para o resto da vida. Para uma criança que se batizou aos 12 anos, serão necessárias várias mudanças na compreensão de princípios e suas aplicações em sua marcha para a idade adulta. A menos que este processo de ampliar a compreensão se realize, aqueles que se batizaram aos 12 anos podem abandonar seu compromisso com Cristo antes de chegar à idade adulta. Diálogo e relacionamento com adultos respeitados e colegas maduros são ingredientes vitais no processo de amadurecimento.
O quarto perigo é o medo de que sem regras específicas ou restrições, as pessoas perderão o controle. Pais e outras pessoas responsáveis pelos jovens se esforçam para identificar as áreas nas quais a liberdade deve ser cerceada. Adultos que procuram proteger jovens tendem a fazer escolhas para eles. Tal ação, mesmo se feita por amor, impede os jovens de amadurecer, e pode até levá-los a pensar que vivem em "escravidão". Adultos precisam de sabedoria especial para remover restrições à medida que os adolescentes entram na idade adulta. A melhor proteção que os adultos podem dar aos jovens é a capacidade de tomar decisões baseadas na Bíblia, numa atmosfera de amor e respeito. A liberdade precisa ser acompanhada de responsabilidade. Assim se prepararão para a idade adulta, quando farão decisões a sós, independentemente do que pais ou superiores exigem.
O quinto perigo em tratar com questões de estilo de vida é de que a discussão mesma se torna central, excluindo a Jesus. Assemelha-se à experiência dos judeus ao cercar a lei com incontáveis regras sem valor. É possível que tenhamos cercado Jesus com tantas regras que em qualquer discussão de estilo de vida só se vêem as normas mas não a Jesus? Qualquer diálogo sobre estilo de vida deveria levar ao cerne da questão -- Jesus. 

Como começar 

Muitos de vocês estão começando a tomar decisões importantes inteiramente a sós. Ao compreender melhor a direção de Deus em sua vida, você desejará distinguir claramente entre princípios e aplicações. Como você pode começar um diálogo sobre estilo de vida na igreja ou num círculo de amigos adventistas? Como pode chegar a conclusões significativas para os participantes e ainda permanecer fiel aos princípios divinos? Eis algumas dicas que você pode seguir num grupo de estudo: 

1. Estabeleça métodos de discussão. Não comece dando sua própria conclusão sobre o assunto. Procure facilitar uma discussão viva. Primeiro, escolha um assunto; poderia ser dança ou cigarro ou outro assunto que interesse ao grupo.3 Tome notas das questões, comentários e incoerências que surgirem na discussão.
Em seguida, identifique as respostas para cada ponto na agenda. Pode levar de 30 a 45 minutos para completar esta fase -- talvez mais tempo se houver distrações, mas vale a pena o tempo gasto. A menos que as pessoas sintam que foram ouvidas, impingir-lhes as "respostas certas" raramente leva à aceitação ou aplicação pessoal. 

2. Espere diversidade de opiniões ao passar as questões, comentários e reações. Quais são os princípios bíblicos que têm que ver com o assunto? Identifique-os, incluindo capítulo e verso. Por exemplo, a admoestação de Paulo para que as mulheres guardem silêncio na igreja é uma aplicação do princípio de adoração apropriada no tempo de Paulo (ver I Timóteo 2:11, 12). Hoje, todos concordariam que a adoração apropriada é um princípio eterno e para todas as culturas. É sua aplicação que pode mudar com o tempo e lugar. Mesmo aqueles que se opõem à ordenação de mulheres reconhecem que mulheres podem ensinar classes da Escola Sabatina e dirigir partes do culto numa congregação adventista.
Se você está lidando com instruções achadas nos escritos de Ellen White, lembre-se de que muito do que ela escreveu tratava com aplicações específicas de princípios bíblicos. Voltando ao princípio original e fazendo aplicação hoje numa cultura diferente, pode fornecer uma perspectiva diferente.
Identifique questões afins que ainda não têm respostas satisfatórias. Com o auxílio de uma concordância, ache outras passagens bíblicas sobre o assunto. Leia o contexto. Use traduções diferentes. Por exemplo, passagens bíblicas que tratam do problema de beber podem nem mesmo mencionar a palavra "vinho". 

3. Formule aplicações pessoais. Agora que seu grupo identificou princípios bíblicos, passe à aplicação pessoal. Escolha um pequeno grupo de crentes com o qual você pode ser honesto e responsável quanto à aplicação de tais princípios em sua vida. Tais pessoas não serão cães policiais, mas companheiros de peregrinação com os quais você pode ser franco e honesto. Tais pessoas o estimam e podem prover encorajamento ao você viver a vida para a qual você foi chamado. Tais pessoas constituem a comunidade de crentes -- a igreja. 

Conclusão 
Neste contexto, é tempo de responder nossa pergunta inicial: Vamos dançar? Depois de estudar as 27 referências bíblicas à dança (danças, dançado, dançando), pode-se chegar aos seguintes princípios:
   1. A dança pode ser parte do culto divino (Salmo 150:4).
   2. A dança é uma expressão apropriada de alegria social (I Samuel 18:6).
   3. A dança não deve despertar emoções relacionadas com o sexo (Êxodo 32:6, 19; I Coríntios 10:7, 8).
   4. A dança, como qualquer atividade em que o cristão se empenha, deve honrar a Deus (I Coríntios 10:31).

Steve Case (Ph.D., Andrews University) é presidente do Piece of the Pie Ministries (3732 California Ave.; Carmichael, Califórnia 95608; E.U.A.) e orador frequente em seminários de liderança de jovens. O artigo é adaptado de seu livro Shall We Dance? (La Sierra University Press, 1994), o qual pode ser adquirido, juntamente com fitas, do endereço acima. 

Notas e Referências
   1. Este estudo envolveu 12.142 alunos da 6ª a 12ª série. 1.892 pais, 282 professores, 176 diretores e 15 pastores na América do Norte. Ver Valuegenesis: A Study of the Influence of Family, Church and School on the Faith, Values and Commitment of Adventist Youth (Silver Spring, Md.: North American Division, 1990).
   2. Ver, por exemplo, "Adventists and Movies: A Century of Change," Dialogue 5:1 (1993), págs. 12-15.
   3. Ver "O Jogo: Uma Opção Adventista?" neste número de Diálogo, pág. 28.

LEFTH BEHIND É BÍBLICO?

Nada prendeu mais a imaginação do cristão em tempos recentes do que o LEFT BEHIND (DEIXADOS PARA TRÁS). Esse é o título de uma novela dentre as mais vendidas e de uma série de grande sucesso e motivação para uma sequência de filmes de milhões de dólares. Left Behind alega estar baseada nas profecias bíblicas escatológicas, no retorno secreto de Jesus, no desaparecimento instantâneo de cristãos e no anticristo que assume o governo do mundo.
Left Behind surgiu primeiramente em 1995. De autoria de Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins, o livro se tornou um best-seller, por isso seus autores e editores (Tyndale Publishing) decidiram lançá-lo na série de 12 fascículos. Dos 11 volumes impressos até agora, a maioria figurou nas listas de best-sellers do New York Times, do Wall Street Journal e da USA Today. Barnes e Noble até o considerou "a série mais vendida de todos os tempos".
Em Fevereiro de 2001, Left Behind (o filme) chegou ao cinema de todos os Estados Unidos. O segundo filme, Tribulation Force, baseado no livro número dois da série com o mesmo título, foi lançado em 2002. Com mais um livro à frente, e pelo menos mais um filme planejado, a paixão por Left Behind continua aumentando ao redor do mundo. Não é raro ver exposições de toda a serie nas lojas dos aeroportos e lojas de departamentos. E isso não é somente um fenômeno americano. As novelas foram já traduzidas em muitos idiomas ao redor do mundo.

TEOLOGIA BÁSICA DO LEFT BEHIND

A teologia básica da série é esta: em primeiro lugar, "o arrebatamento secreto" produz o desaparecimento imediato de todos os verdadeiros cristãos, que são repentinamente tomados da Terra elevados ao céu. Esse arrebatamento é seguido por um período de sete anos de tribulação que atinge todos os que foram "deixados para trás". Um homem interiormente mau que parece ser o Sr. Bom Sujeito, mas que realmente é o Sr. Pecado, isto é, o anticristo, surge rapidamente para pôr ordem no caos. Enquanto a saga prossegue, um grupo de novos crentes que aceitaram a Jesus Cristo após o arrebatamento, percebem claramente o disfarce do anticristo e se tornam a Tribulation Force (Força da Tribulação) contra o homem do inferno. O sinistro anticristo, chamado Nicolae Carpathia nas novelas e nos filmes, volta suas armas de guerra contra os judeus, que são ainda considerados o povo escolhido de Deus. Ao término da tribulação, como clímax do drama, Jesus Cristo retorna de forma visível para vencer Carpathia e sua rede global de partidários, salvando a Força da Tribulação e libertando os judeus do armagedom.
Embora a série seja nitidamente uma ficção, suas ideias nucleares são agora aceitas por muitos cristãos pelo mundo inteiro, tendo-lhes sido expostas através da mídia, revistas, livros, cursos, seminários e Internet.

Suas ideias centrais podem ser resumidas como segue:
  1. O arrebatamento secreto, que traslada a igreja de Deus da Terra para o céu;
  2. Uma tribulação de sete anos para todos os que ficarem para trás;
  3. O surgimento do anticristo, que assume o governo do mundo;
  4. A batalha final entre o anticristo e os judeus, que são libertados no Armagedom.

 ARREBATAMENTO SECRETO - essa ideia é a pedra de esquina de uma escola teológica conhecida como Futurismo Dispensacional. Sua doutrina básica é que todas as promessas feitas por Deus no Velho Testamento à nação de Israel ainda estão intactas, mas só podem ser cumpridas literalmente depois de a "atual dispensação da Igreja" chegar ao seu final. Essa "dispensação da Igreja" que começou no Pentecostes, continua até o arrebatamento, quando Cristo retornará secretamente para levar Sua igreja ao céu. Assim que isso tiver lugar, Deus pode então cumprir Suas promessas aos judeus.
Embora os defensores do arrebatamento secreto usem vários textos bíblicos apoiar seus pontos de vista, como Mateus 24:40-41, nós nos concentramos em I Tessalonicenses 4:17, já que isso é que é enfatizado frequentemente pelos autores da série. Nesse texto, Paulo declara que quando Cristo voltar, todos os crentes vivos serão "ARREBATADOS". De acordo com o Left Behind e os futuristas dispensacionalistas, "ARREBATADOS" aqui significa desaparecer sem deixar rastros. Esse acontecimento é interpretado como algo que será obviamente notado, mas não compreendido pela maioria do mundo. Jesus supostamente retornará silenciosamente, em secreto, de maneira invisível, não percebido pelo mundo, para arrebatar Sua Igreja e levá-la para o céu. Depois que todos os cristãos houverem desaparecido, o mundo entrará num período cataclísmico de sete anos de tribulação.
Mas aqui está o problema: o contexto de  I TESSALONICENSES 4:17 revela que o retorno de Cristo é tudo, menos secreto! No verso 16, Paulo diz claramente: "Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus..."(NVI) Certamente essa descrição não pode denotar silêncio ou sigilo, mas abertura e sonoridade. O verso 15 se refere à descida de Cristo como "a vinda do Filho do Homem". A palavra grega para "vinda" é parousia, que também é usada em Mateus 24:27 para descrever o visibilíssimo retorno de Jesus Cristo como relâmpago que resplendece pelo céu. Pode o relâmpago ser secreto ou invisível?
Além disso, observe o contexto do verso de Paulo. Ele não ensina que aqueles que não forem "ARREBATADOS" serão conduzidos a um período de sete anos de tribulação. Mas explica que sofrerão "REPENTINA DESTRUIÇÃO" e que "NÃO ESCAPARÃO" (I Tessalonicenses 5:3). Um estudo cuidadoso de I Tessalonicenses 4:15 até 5:3 revela claramente que a segunda vinda de Jesus não resulta em um arrebatamento secreto conducente a uma tribulação de sete anos; mais exatamente, a segunda vinda é um retorno visível, audível e glorioso de Jesus. Na vinda dEle, os santos são ressuscitados dentre os mortos e , juntamente com os santos vivos, os redimidos de todas as eras encontrarão com o Senhor "nos ares".

TRIBULAÇÃO DE SETE ANOS - Os dispensacionalistas também ensinam que haverá uma tribulação de sete anos após o arrebatamento secreto. Eles obtêm esse perído septenal de uma interpretação especulativa de Daniel 9:27: "Com muitos ele fará uma aliança que durará uma semana. No meio da semana Ele dará fim ao sacrifício e à oferta"(NVI).
Há dois problemas com a interpretação dispensacionalista dessa profecia. Primeiro, eles tomam a última semana da profecia das 70 semanas de Daniel 9:24-27, e a colocam em um futuro distante, ocasião em que o arrebatamento deve ocorrer e o anticristo se manifestar. Mas um estudo de Daniel 8 e 9 revela claramente que as 70 semanas são um período ininterrupto a ser cumprido da primeira à 70 semana em um alinda de tempo histórico. Interpretação profética correta e exegese coerente não permitem projetar a última semana a algum período futuro.
O segundo problema é mais sério. De acordo com o princípio dia-ano em profecia (Ezequiel 4:6), "uma semana" quer dizer sete anos literais. Durante esse período, diz Daniel: "Com muitos Ele fará uma aliança que durará uma semana. No meio da semana Ele dará fim ao sacrifício e à oferta." Daniel 9:27.
A quem "ELE" se refere? Os dispensacionalistas o interpretam como o anticristo que surgirá no futuro, o "Nicolae Carpathia" dos autores de Left Behind - um período futuro de sete anos que terá início com o arrebatamento e que continuará com a tribulação. Mas aqui há outro problema: os eruditos bíblicos do passado têm coerentemente interpretado "ELE" como JESUS CRISTO, e o "CONCERTO" firmado como o novo concerto ratificado pela morte de nosso Salvador, há mais de dois mil anos atrás (ver Mateus 26:28), não um tratado de paz de sete anos feito pelo anticristo com os judeus após o arrebatamento.
Observe com atenção mais uma vez: Daniel 9:27 não pode se referir a um tratado de paz, mas ao novo concerto que o Messias estabelecerá. Na Bíblia, o anticristo jamais confirma qualquer concerto. Esse papel é exclusivo do Messias. A "metade" da semana seria três anos e meio dos sete, duração exata do ministério de Cristo. Depois de três ano e meio, através de Sua morte na cruz, Jesus fez cessar "o sacrifício". Ele é o sacrifício final e Sua morte cumpre a profecia de Daniel perfeitamente.
Ver Cristo como "ELE" na profecia, o qual afirmou o concerto e fez com que os sacrifícios judaicos cessassem através de Sua morte na cruz, é a única posição coerente a interpretação e a escatologia bíblicas.

SURGIMENTO DO ANTICRISTO - Os dispensacionalistas também ensinam que o anticristo é um individuo ímpio que aparecerá depois do arrebatamento. Mas observe, caro leitor, o que a Bíblia diz. O termo anticristo é usado apenas  cinco vezes nas Escrituras (I João 2:18 e 22; 4:3; II João 7). Todos esses versos mostram que não apenas "um homem" chamado anticristo, mas "muitos anticristos" (I João 2:18,NVI). João também diz: "Eles saíram de nosso meio" (verso 19), indicando que esses anticristos surgiram dentro da igreja, não fora, e o apóstolo indicou que eles já estavam atuando em seu tempo. Por isso, de um modo geral, o anticristo representa essas forças que assumem o nome de "cristãs", mas ensinam e praticam doutrinas que são anti bíblicas e contraditórias à posição e ao papel de Cristo, e que não hesitariam em perseguir aqueles que permanecem leais e fiéis a Cristo e a Seus ensinos.
A profecia também prediz o surgimento de "UM CHIFRE PEQUENO" misterioso (Daniel 7:8), que é identificado por Paulo como "o homem do pecado" (II Tessalonicenses 2:3), e por João como "a besta" (Apocalipse 13:1). A maioria dos eruditos aplica essas frases a uma só pessoa e a mesma entidade. Além disso, Daniel 7:23 define claramente a besta como um reino e não um homem.
O "CHIFRE PEQUENO" de Daniel também faz guerra contra os santos e prevalece contra eles na história cristã (Daniel 7:21). Embora esse breve artigo não possa dar provas exaustivas sobre a razão de nossos antepassados protestantes estarem corretos em sua interpretação dessa profecia, é um fato histórico que por mais de 400 anos - até os fins de 1800 - a maioria dos eruditos batistas, metodistas, presbiterianos, luteranos e menonistas aplicaram as profecias do anticristo, não ao futuro Sr. Pecado que se manifesta depois de os fiéis serem arrebatados, mas à organização da igreja de Roma perseguidora dos santos.
"Lutero provou, pelas revelações de Daniel e João, pela epístolas de Paulo, Pedro e Judas, que o reino do anticristo, predito e descrito na Bíblia, era o papado" (Merle D'Aubigné, History of the Reformation of the Sixteenth Century, 1846, volume 2, cap. XII,p.215).

BATALHA FINAL ENTRE O ANTICRISTO E OS JUDEUS -  O Futurismo Dispensacional considerados principais competidores terrenos no Armagedom como sendo o anticristo e a nação de Israel, não a Igreja. Na realidade, uma separação distinta entre Israel e a Igreja de Deus é absolutamente essencial ao enredo arrebatamento-anticristo-Israel. Se pudermos provar no Novo Testamento que na era cristã o Israel de Deus é a própria Igreja de Deus, então poderemos atesta quão equivocado e anti bíblico é o dispensacionalismo.
Em primeiro lugar, o Novo Testamento fala sobre a realidade de dois Israéis - "o Israel segundo a carne" (I Coríntios 10:18) e o "Israel de Deus" centralizado em Jesus Cristo (Gálatas 6:14-16). Paulo escreveu: "Nem todos os descendentes de Israel são Israel" (Romanos 9:6,NVI). O que ele quis dizer é que todos os que pertencem à nação israelita não são o Israel de Deus na era pós-cruz. Em outras palavras, alguém pode ser judeu, um descendente literal de Abraão, mas pela incredulidade e uma vida segundo a carne, não fazer parte do Israel de Deus. Aqueles que pertencem ao Israel de Deus conhecem a Deus por da fé pessoal em Jesus Cristo (Gálatas 3:7,14; 6:14-16).
No Velho Testamento, Israel é claramente mencionado como "a semente de Abraão" (Isaías 41:8). No Novo Testamento, Paulo disse aos seus conversos gentios: "E, se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa" (Gálatas 3:29,NVI). Assim os crentes gentios se tornaram parte do Israel de Deus. Efésios 2 é muito claro: Jesus Cristo, na cruz, destruiu a barreira de separação entre crentes judeus e crentes gentios, e os uniu misteriosamente em "um novo homem" e "em um corpo" (Efésios 2:14-17,NVI). Portanto, toda essa posição dispensacional de separação do legítimo Israel de Deus de Sua verdadeira Igreja é contrária à missão da cruz.
Além disso, em Apocalipse 16:12-16, onde o Armagedom é mencionado, nada é dito sobre uma batalha entre o anticristo e os judeus; nem o texto diz que Cristo vem de forma secreta precedendo essa batalha para arrebatar os santos. Ao invés disso, o texto descreve a "batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso" - entre os espíritos de demónios (incluindo o anticristo) e as forças do bem. A vitória divina na batalha é garantida pela promessa: "Eis que venho como ladrão", referindo-se à segunda vinda de Cristo (Apocalipse 16:15,NVI; ver também I Tessalonicenses 5:2).
A mensagem da Bíblia é clara. O caminho da salvação está aberto agora a todos, inclusive aos judeus. Mas na segunda vinda de Jesus, tanto os ressuscitados como os santos vivos encontrarão com o Senhor "NOS ARES" (I Tessalonicenses 4:17,NVI), na mais gloriosa e pública manifestação do triunfo de Deus sobre o pecado e a morte, sobre Satanás e seus agentes malignos. Depois da segunda vinda, não haverá oportunidade de salvação.
A saga do Left Behind pode ser popular e suas ideias propagarem-se pelo mundo. Todavia, o sólido ensino bíblico é contra cada uma das quatro posições centrais sobre as quais o fenômeno está apoiado. Esta série DEIXA PARA TRÁS a verdade bíblica e confia na especulação humana e na fantasia teológica.