domingo, 6 de junho de 2010

A TRINDADE: POR QUE É IMPORTANTE?


Não me lembro de ter ouvido um sermão sobre a Trindade em minha infância ou adolescência. Na verdade, eu nunca tive nenhuma discussão prolongada sobre essa doutrina, senão em meu último ano da faculdade de teologia. Num seminário sobre a Doutrina de Deus, o professor nos levou a uma discussão detalhada da história dessa doutrina e suas bases bíblicas. Mas, devo confessar que tudo me pareceu um pouco enigmático e impraticável. Minha trajetória teológica, porém, iria pouco a pouco se transformar numa preocupação que agora se tornou paixão. Minha indiferença transformou-se na convicção definida de que a doutrina da Trindade é a declaração teológica central do pensamento e prática cristãos. Na verdade, longe de ser um mistério irrelevante, ela expressa a essência daquilo que os cristãos desejam confessar acerca da natureza de Deus e Seu propósito para a felicidade humana.

Pensar em teologia envolve dois passos básicos: Primeiro, o “quê” da doutrina. A fase “quê” envolve duas facetas importantes: (1) afirmar claramente a doutrina; e (2) avaliar a base bíblica para o seu ensino. Segundo, as reflexões sobre o “e então?” Essa fase procura clarificar pontos tais como as implicações teológicas e práticas da doutrina – especialmente sua coerência com outros ensinos cristãos, e a questão da salvação pessoal ou reconciliação com Deus.

O "QUÊ" DA TRINDADE

A crença fundamental adventista do sétimo dia de número dois define a doutrina da seguinte forma: “Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas”.1 No que tange a essa declaração, tanto a igreja cristã primitiva quanto o movimento adventista do sétimo dia tiveram que lidar com vários desafios. A questão de Deus o Pai nunca foi controversa, em virtude da longa tradição do ensino cristão ortodoxo. Enquanto a vasta maioria dos cristãos afirma a eterna divindade do Pai, sempre existiram controvérsias em torno das questões acerca da completa e eterna divindade do Filho, a personalidade do Espírito Santo e a profunda unidade do Trio. O espaço não nos permite uma discussão pormenorizada da evidência bíblica em prol da unidade triúna de Deus, mas se pudermos estabelecer a plena divindade do Filho e do Espírito, parece lógico que haverá uma profunda unidade com o Pai. Assim, os cristãos têm confessado que há um Deus (monoteísmo) que Se manifesta em amor como uma unidade tri-pessoal (não três Deuses, ou triteísmo). 

A PLENA DIVINDADE DO FILHO

Basicamente há três tipos fundamentais de evidências bíblicas que mostram que Jesus era inerentemente divino, tendo a mesma natureza e substância do Pai.2

1. Jesus é expressamente chamado de Deus no Novo Testamento. Hebreus 1 compara Jesus com os anjos. Nos versos 7 e 8, o autor diz que enquanto Deus fez os anjos como “ventos, e a Seus ministros como labaredas de fogo” (verso 7, ARA), acerca do Filho diz: “O Teu trono, ó Deus, é para todo o sempre” (vs. 8, ARA). O versículo 8 é uma das sete vezes em que a palavra grega theos (“Deus”) é diretamente usada com relação a Jesus no Novo Testamento (as outras seis são João 1:1, 18; 20:28; Romanos 9:5; Tito 2:13; e II Pedro 1:1).

Sejamos bem claros quanto ao que os escritores do Novo Testamento, especialmente o autor de Hebreus, estão dizendo nesses versos. Eles estão se referindo a Jesus como “Deus”, e em Hebreus, o escritor está interpretando o Antigo Testamento mediante a aplicação do Salmo 45:6 a Jesus que originalmente se referia a Deus, o Pai.

2. Jesus aplica a Si mesmo títulos e atribuições divinos. O exemplo mais singular é encontrado em João 8:58: “Respondeu Jesus: Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou!” (NVI). Muito simples: o que Jesus estava dizendo é que Ele não era outro senão o Deus do Êxodo, e fez isso aplicando a passagem de Êxodo 3:14 a Si mesmo: “Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que Sou” (NVI).

Além disso, esse “Deus” que fala em Êxodo 3:14 prossegue e esclarece Sua identidade: “O Senhor, o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó” (verso 15, NVI). Em outras palavras, Jesus não apenas reivindicou ser o Deus do Êxodo, mas também o “Senhor” (Yahweh) dos patriarcas. Não nos surpreende que os fariseus “apanharam pedras para apedrejá-Lo” (João 8:59, NVI) – a punição prevista no Antigo Testamento para blasfêmia (veja João 5:17, onde Jesus diz a mesma coisa).

3. A aplicação dos nomes divinos a Jesus pelos escritores do Novo Testamento. Em Hebreus 1:10-12, a Inspiração atribui o supremo título do Deus do Antigo Testamento (JHWH ou Yahweh) a Jesus. O autor de Hebreus faz isso ao aplicar o Salmo 102:25-27 a Cristo. Isso não é incomum entre os escritores do Novo Testamento, mas o que chama a atenção nessa aplicação é que esse Salmo originalmente se refere ao “Senhor” (Yahweh) do Antigo Testamento. Assim, o autor do Novo Testamento se sente muito à vontade ao aplicar a Jesus passagens que originalmente se referiam ao auto-existente Deus de Israel. A clara implicação é que Jesus é o “Senhor” Jehovah (JHWH) do Antigo Testamento. Apocalipse 1:17 descreve o uso semelhante de um título do Antigo Testamento – “o Primeiro e o Último.”

A PLENA DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

As Escrituras fornecem inúmeras linhas de evidência que testificam da natureza divina do Espírito. A mais significativa vem do livro de Atos, na trágica história de Ananias e Safira. Esse casal, às escondidas, voltou atrás nos votos sagrados que havia feito a Deus. Quando eles vieram publicamente depositar a oferta parcial aos pés dos apóstolos, eles caíram mortos repentinamente. Pedro explicou de forma bem objetiva o que haviam feito: Vocês mentiram ao Espírito Santo. A isso se seguiu a impressionante revelação de que eles não haviam mentido aos homens, “mas a Deus” (Atos 5:3-4). A implicação óbvia é que o Espírito Santo é um ser divino.

A próxima linha de evidência é encontrada nas muitas passagens que descrevem a obra do Espírito em termos daquilo que é exclusivo de Deus. O mais claro exemplo está em I Coríntios 2:9-11. Paulo declara que seus leitores podem ter algum conhecimento daquilo “que Deus preparou para aqueles que O amam” (vs. 9, NVI). E como tal conhecimento é possível? “Deus o revelou a nós por meio do Espírito” (vs. 10). E como é que o Espírito está a par desse conhecimento? “O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois quem conhece os pensamento do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (vss. 10-11, NVI).

O que essa passagem sugere é o seguinte: Se alguém deseja saber “o que é verdadeiramente humano”, deve conseguir tal informação de um ser humano. Aquilo, porém, que é verdade no nível humano, muito mais o é no divino: “Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (vs. 10). Apenas um Ser divino pode verdadeiramente conhecer o que se passa na mente e no coração de outro Ser divino.

O “E ENTÃO?” DA TRINDADE

Qual é o significado do “e então?” da plena divindade do Filho e do Espírito? Antes de abordar essa importante questão, precisamos lidar com um ponto que incomoda a muitos: a aparente falta de lógica na confissão de que três são iguais a um. Esse ponto incomoda especialmente a mente racionalista de muitos estudantes universitários no Ocidente e nossos amigos muçulmanos fortemente monoteístas.

A objeção lógica. Millard Erickson sugere que a razão humana não pode tolerar a estranha matemática trinitariana na qual “três = um.” Se você for a um supermercado, pegar três pães e tentar persuadir o caixa de que eles são na verdade um e que você não tem que pagar senão apenas o valor de um, o caixa poderá ser tentado a chamar imediatamente os seguranças.3

A primeira resposta à lógica do pensamento trinitariano é admitir que estamos lidando com o mais profundo dos mistérios. Sabemos que em relacionamentos de amor parece desenvolver-se uma profunda unidade social e emocional. Diríamos então que os relacionamentos de amor são totalmente ilógicos e incoerentes? Penso que não. E essa parece ser a melhor maneira de explicar o mistério da Trindade e Sua unidade plural.
Outra vez Erickson sabiamente indica o caminho para uma resposta aceitável: “Nós, portanto, sugerimos pensar na Trindade como uma sociedade de pessoas que, contudo, são um só Ser. Conquanto essa sociedade de pessoas tenha dimensões que não encontramos entre seres humanos quanto ao seu inter-relacionamento, existem alguns paralelos que ajudam a esclarecer o assunto. Amor é o relacionamento aglutinante dentro da Divindade, que une cada uma das pessoas às outras.”4

Erickson, então, naturalmente apela para I João 4:8, 16: “Deus é amor.” Compreendemos realmente as profundezas dessa declaração inspirada que é tão desconcertante em sua simplicidade? Gostaria de sugerir que essas três palavras têm uma profunda contribuição a fazer à nossa compreensão de um Deus que preexistiu eternamente em estado de “unidade” trinitariana. “A declaração ‘Deus é amor’ não é uma definição de Deus, nem sequer a declaração de um atributo entre outros. Ela é uma caracterização bem básica de Deus.”5
 
Para os cristãos trinitarianos, a pergunta fundamental acerca de Deus está direta e completamente relacionada com a questão do Seu amor. E se Deus não for “amor” no âmago de Seu ser, então qualquer questão acerca de Sua natureza imediatamente se torna irrelevante do ponto de vista bíblico. Nós, contudo, pensamos que o amor é a caracterização mais fundamental de Deus. Se Deus é verdadeiramente, na Sua essência, o Deus de “amor” (João 3:16; I João 4:8), então temos que considerar algumas implicações.

Pode Alguém que existe desde a eternidade e que nos fez à Sua imagem de amor, ser realmente chamado amor se Ele existir tão-somente como um ser solitário ou unitário? Não é o amor, especialmente o amor divino, possível apenas se Aquele que fez nosso Universo for um ser plural que estava exercitando amor dentro de Sua pluralidade divina (trinitária) desde toda a eternidade passada? Não é o amor verdadeiro e altruísta possível apenas se ele proceder de um tipo de Deus que, por natureza, sempre será um Deus de amor como uma Trindade social?

Sinto-me fortemente inclinado a afirmar que Deus é uma Trindade de amor e que Seu amor encontrou a revelação mais profunda na obra criadora, e na encarnação, vida, morte e ressurreição do plenamente divino Filho de Deus. A unidade trinitária de Deus, por fim, não é ilógica. Na verdade, ela é a fonte da única lógica que faz sentido absoluto – um amor que se auto-sacrifica, que é mutuamente submisso e um eterno canal da graça de poder criador e redentor.

Tal amor infinito, porém, deve ser comunicado de forma prática a seres humanos finitos e pecadores. E é aqui que o “e então?” da plena divindade do Filho e do Espírito exerce um papel dramático na criação e na redenção.

IMPLICAÇÕES DA DIVINDADE DE CRISTO

Primeiro, antes que a Trindade pudesse fazer com que a vida e a morte salvíficas de Cristo de fato gerassem a salvação de pecadores, havia a necessidade urgente de revelar aos seres humanos alienados pelo pecado como Deus realmente é. E o único Ser que poderia oferecer tal surpreendente revelação da natureza divina era Deus mesmo. E essa foi a missão primária de Jesus, o divino Filho de Deus.

Agora, em se tratando realmente da provisão para a salvação, especialmente em Sua morte expiatória, apenas Alguém que é igual a Deus, por meio de Espírito Santo, seria poderoso o bastante para recriar seres humanos deformados pelo pecado à semelhança do caráter divino. Em outras palavras, apenas o divino Filho poderia gerar a conversão ou o novo nascimento, e ocasionar a mudança de caráter que faz com que o homem reflita a semelhança divina. Resumindo: apenas o Filho, que é o amor encarnado, poderia manifestar e produzir tal amor transformador.

A PLENA DIVINDADE DO ESPÍRITO

Como acontece com a divindade do Filho, as implicações teológicas da divindade do Espírito derivam dos pontos relacionados à intenção de Deus de redimir a humanidade pecadora.

Com toda a certeza, se Aquele que é igual ao Pai em natureza e caráter podia oferecer um sacrifício efetivo pelo pecado, então, da mesma forma, somente Alguém (o Espírito) que é plenamente divino podia comunicar de fato a eficácia desse sacrifício a seres humanos pecadores. Outra vez, é necessário um Espírito completamente divino para revelar ao pecador a obra do Filho completamente divino (I Coríntios 2:7-12).

Somente o Espírito Santo podia trazer à humanidade decaída o convertedor e convencedor poder do grande amor de Deus, poder que gera contrição e conversão. Somente Alguém que tem estado em eterna e estreita ligação com o coração de Deus e do Filho, o coração de um amor que se auto-sacrifica, pode comunicar plenamente tal amor à humanidade perdida.

Somente Alguém que atuou com o Filho na criação poderia estar equipado para operar a recriação nas almas arruinadas pelas forças destrutivas de Satanás e do pecado (Rom 8:10-11).

Somente Alguém que pôde estar em plena sintonia com o coração do ministério encarnado de Jesus, e ainda assim, ao mesmo tempo, ser capaz de estar em todos os lugares (onipresença de Deus), podia representar de maneira hábil a presença pessoal e redentora de Cristo perante todo o mundo. O único Ser que podia fazer tal coisa é o Espírito Santo, um Ser pessoal sempre e todo-presente.

UM APELO

Gostaria de desafiar cada leitor a ponderar com oração e cuidado sobre a Trindade e Suas profundas implicações para a vida e o destino que o Deus da Bíblia oferece à humanidade. Essa doutrina satisfaz às necessidades do moderno anseio por uma reflexão racional sobre o problema divino/humano, e ao mesmo tempo oferece um mistério verdadeiramente cativante para os gostos mais relacionais dos pós-modernistas. Além disso, o pensamento e a vida trinitarianos oferecem uma visão de relacionamentos que vivem em amor, os quais refletem a realidade mais profunda oferecida por Aquele que fez o mundo em amor e está buscando redimi-lo do pecado (que é contrário ao amor – a mais profunda antítese do amor divino).

Além disso, não consigo pensar num melhor ponto da discussão quando se busca abordar as preocupações monoteísticas de nossos amigos muçulmanos. Se o amor de Jesus, o lado humano do amor da Trindade, não convencer, nada será capaz de fazê-lo. Os recursos do amor que flui do Pai, encarna-se em Cristo e é comunicado pela Pessoa plenamente divina do Espírito Santo proporcionam a mais rica visão teológica que se pode imaginar para o destino de um mundo perdido. 

Woodrow W. Whidden (Ph.D. pela Universidade Drew) é professor de Religião na Universidade Andrews, Berrien Springs, Michigan, E.U.A. Email: whiddenw@andrews.edu

Referências

1. Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ed. revisada na Assembléia da Associação Geral de 2000 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004), 9.
2. Para uma discussão detalhada da evidência, veja meus capítulos na Primeira Seção do livro A Trindade: Como entender os mistérios da Pessoa de Deus na Bíblia e na história do cristianismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2003), 19-135.
3. Millard Erickson, Making Sense of the Trinity: Three Crucial Questions (Grand Rapids, MI: Baker Book House, 2000), 43-44.
4. Idem., 58.
5. Ibidem.

COMO DETECTAR E VENCER A DEPRESSÃO

Annie, 36 anos, vive com seu marido e dois filhos. O que ela vive dificilmente pode ser chamado de vida. Durante a maior parte do dia, está com medo e ansiosa. Medo de nada em particular, mas ainda assim, medo. Freqüentemente está tensa, com aparência cansada e olhar perdido. Por vezes, chora sem saber a razão. O sorriso de suas crianças não lhe causa muito impacto. À noite, é vítima de insônia. “É horrível, assustador, já não agüento mais”, ela me confidenciou. “Não me sinto disposta a fazer nada. Não consigo fazer as tarefas, não vou a lugar nenhum. Eu não quero ver ninguém. Vivo deitada, apesar de não conseguir dormir. Apenas me deito e fico pensando em meus problemas. A comida me dá nojo. Perdi cinco quilos nas últimas semanas. Por vezes, penso que seria melhor pôr um fim a esse pesadelo.”

Annie é uma vítima da depressão, a mais comum de todas as desordens mentais e queixas de saúde. Em todo o mundo, aproximadamente 400 milhões de pessoas sofrem de depressão. As estimativas variam de 12 a 14% da população mundial.1

Os sintomas mais comuns são melancolia, perda de interesse ou prazer, sentimento de culpa, baixa auto-estima, transtornos do sono, falta de apetite, pouca energia e baixa concentração. No pior dos cenários, a depressão pode levar ao suicídio, uma trágica fatalidade associada à perda de cerca de 850 mil vidas a cada ano.2

O quadro é preocupante. O pior é que dois terços das pessoas que sofrem de depressão não buscam ajuda. Porém, mais de 80% entre aqueles com depressão clínica melhoram significantemente com tratamento.

Tipos de depressão

Pesquisadores têm sugerido diferentes subtipos teóricos de depressão.7 São eles:

1. Depressão maior é a condição na qual alguém se sente deprimido o tempo todo, sem interesse em nada. Há perda de apetite, insônia, ansiedade, fadiga, dúvidas e tendências suicidas. 

2. Distimia é uma depressão mais prolongada (mínimo de dois anos para adultos e um ano para crianças e adolescentes), com sintomas similares à depressão maior, mas com menor intensidade.

3. Depressão bipolar é uma condição caracterizada pela presença de depressão maior e episódios de mania. É um estado anormal da mente, expansivo ou irritável, que pode durar por uma semana, com ilusões de grandeza, ausência de sono, falando mais do que o usual, pensamentos dispersos, ativismo e agitação psicomotora.

4. Ciclotimia é similar à desordem bipolar, mas de maior duração e menor intensidade.
Sou deprimido?


Se você quer analisar seu estado mental, complete o teste de Wang, no quadro abaixo. Marque seus resultados com as instruções ao final deste artigo.



Os dez mandamentos antidepressão



Há dois modos básicos de combater a depressão: com psicoterapia e terapia farmacológica. A pessoa deve ser avaliada por um psiquiatra que prescreverá tratamento adequado. A psicoterapia mais efetiva é a cognitivo-comportamental. Ela permite aos pacientes adquirirem novas habilidades em seu modo de percepção, compreensão e de reação às dificuldades, reduzindo a gravidade e duração da condição depressiva. Entre diversas formas para alcançar esse objetivo, gostaria de sugerir dez mandamentos antidepressão.4
 
1. Intencionalmente lute contra pensamentos negativos. Os pensamentos negativos mais importantes são conhecidos como “Tríade Cognitiva Negativa”. São eles: (1) pensamentos e sentimentos negativos sobre si mesmo; (2) a tendência de interpretar o ambiente de forma negativa; e (3) a visão do futuro de modo pessimista. Por exemplo, Annie estava convencida de que era uma mãe ruim e uma péssima esposa. Pensava que seu esposo não a amava e com certeza a deixaria. Acreditava que a história depressiva de sua mãe se repetiria com ela. 

Como combater esses pensamentos? Dois passos irão ajudar. Primeiro, detecte e descubra os pensamentos negativos. Segundo, confronte-os com evidências da realidade.
Pedimos a Annie que escrevesse suas situações negativas em um caderno com quatro colunas. As três primeiras colunas eram para ela descrever o evento, o que ela pensou e sentiu de acordo com a situação e que tipo de evidência ela possuía. Ela tinha que escrever na última coluna um pensamento positivo que substituísse o negativo. Por exemplo: um dia ela se encontrou com uma amiga que não a cumprimentou. Isso desencadeou pensamentos negativos. Aqui está o que ela escreveu: 

Situação

Minha amiga passou perto de mim sem me cumprimentar.
O que senti e pensei
Eu penso que ela está brava comigo. Isso gerou medo e rejeição.
Evidência
Seu semblante sério e desagradável.
Pensamento alternativo
Pode ser que ela não esteja brava comigo e sim preocupada acerca de algo mais pessoal.

2. Quebre o circuito de idéias negativas. Annie pensou que seu marido se cansaria dela e a abandonaria. Dessa forma, se retraiu e adotou uma atitude desdenhosa. “Se ele vai me deixar, para que devo me preocupar com ele?”, pensava. “Você escutou o que ele disse quando entrou? Que eu não melhorarei novamente, como a minha mãe. O que ele quer é se ver livre de mim.” Tais pensamentos podem provocar uma resposta negativa do marido. Em troca, uma resposta negativa reforçaria seus sentimentos de rejeição e de futuro abandono. Annie estava presa em um círculo vicioso. 

Como mudar estas idéias negativas? Uma maneira é confrontar tais pensamentos com a real situação. Na realidade, Omar, o marido de Annie, a amava muito e estava fazendo tudo para tornar a recuperação dela possível. Annie sabia que ela deveria preservar seu matrimônio e sua família, ser mais amorosa e cuidadosa. Assim, ao confrontar o negativo e reforçar o positivo, Annie poderia quebrar o círculo vicioso. Quando as atitudes mudam, tudo muda.

3. Evite pensamentos “absolutos”, do tipo “tudo ou nada”. “Omar nunca me amará novamente como antes.” “Tudo sempre dá errado.” Tais pensamentos e atitudes são típicos de pacientes deprimidos. A tendência é julgar as experiências, situações, pessoas e a si mesmo por duas categorias apenas: bom ou ruim, sempre ou nunca, santo ou pecador, etc. Para mudar esse modo de pensar, o método mais efetivo é o de introduzir tons no raciocínio com uma inclinação para o lado otimista. Por exemplo, Annie entendeu que ela teve o amor de seu marido, ainda que ele tenha se mostrado um pouco cansado em alguns momentos. Ela aprendeu a dizer: “Eu vou me sair vencedora com a ajuda de Deus.” “Existem coisas que faço que dão errado, mas existem outras que faço bem.” 

4. Não critique e castigue a você mesmo. Outra tendência de uma pessoa deprimida é estar permanentemente julgando suas ações, enfatizando os erros. Os deprimidos tendem a ignorar suas virtudes e focalizar as fraquezas. Esta autodepreciação incapacita e destrói. Por outro lado, o reconhecimento de virtudes constrói um novo futuro.

5. Exclua a tirania do “eu devo”. Quando se permite o crescimento do “eu devo”, este se torna um tirano permanente, fazendo demandas excessivas. Ao invés de “eu devo”, aprenda a adotar a atitude “eu preferiria.” O anterior é uma demanda tirânica, um fracasso que leva à baixa auto-estima. O posterior é uma aspiração, uma meta a alcançar. Se há um tempo em que os deveres precisam ser mais flexíveis, este tempo é quando você está deprimido. 

6. Evite situações desagradáveis e estressantes. Como ir a funerais, por exemplo. Tais eventos acrescentam tensão a um indivíduo, particularmente a alguém com tendência à depressão. 

7. Reconheça seus valores e virtudes. Reconhecer a sua própria capacidade e valor pessoal faz parte do caminho do bem-estar. 

8. Aprenda a desfrutar e obter satisfação no que você faz. Depressão é o resultado de um fracasso em desfrutar a beleza e as bênçãos da vida. Benjamin Franklin disse bem: “O homem rico não é aquele que tem tudo, mas o que desfruta tudo o que tem.” Aprender a reconhecer o bom e o bonito ao redor de nós é um salto transcendente à descoberta da felicidade de viver. 

9. Promova esperança. Desesperança é um componente essencial da depressão.5 A desesperança tem relação próxima com sintomas depressivos e tendências suicidas.6 Uma pesquisa sobre tratamentos para a depressão indica que a redução da desesperança é um fator importante de resultados bem sucedidos, particularmente durantes as primeiras semanas de tratamento.7
 
Como lutar contra a desesperança? Desenvolvendo confiança em Deus, construindo autoconfiança, estimulando recursos pessoais e mobilizando forças mentais e espirituais para criar uma atmosfera esperançosa. Esperança é acreditar que sempre existe uma saída. Por isso, perguntamos a Annie: “O que você fará depois que superar a depressão? Como será o dia seguinte?” Planejando o futuro, para viver com seus filhos, ela foi capaz de visualizar uma vida feliz. Pouco a pouco, viu sentido na vida e a luz começou a surgir. 

10. Confie em Deus. Envolvimento religioso é uma variável importante que recebeu atenção em recente literatura em depressão. Vários estudos de alto perfil8 indicam que certos aspectos de religiosidade (por exemplo, envolvimento religioso público, motivação religiosa intrínseca) podem ser inversamente relacionados aos sintomas depressivos. Ou seja, maior o envolvimento religioso, menores os sintomas da depressão.

Mario Pereyra (Ph.D., Universidade de Córdoba, Argentina) é um psicólogo clínico. Também é professor e pesquisador na Universidade de Montemorelos, México. Ele é autor de vários artigos e livros, dentre os quais ¡Sea feliz! Cómo vencer la depresión y controlar la ansiedad (Publicações da Universidade de Montemorelos, 2005), co-autor com Carlos Mussi, de onde este artigo foi adaptado. Seu e-mail é: pereyram@um.edu.mx

REFERÊNCIAS

1. Organização Mundial da Saúde (2006). Depressão. O que é depressão? Disponível em: .
2. Idem.
3. S. R. H. Beach and N. Amir. “Is Depression Taxonic, Dimensional, or Both?”, Journal of Abnormal Psychology 112, 2003. pp. 228-36.
4. M. Pereyra y C. Mussi. ¡Sea feliz! Cómo vencer la depresión y controlar la ansiedad. Montemorelos, México: Publicações da Universidade de Montemorelos, 2005.
5. W. Kuyken. “Cognitive Therapy Outcome: The Effects of Hopelessness in a Naturalistic Outcome Study”, Behaviour Research and Therapy 42, 2004. pp. 631-46.
6. M. A. Young, L. F. Fogg, W. Scheftner, J. Fawcett, H. Akiskal, e J. Maser. “Stable Trait Components of Hopelessness: Baseline and Sensitivity to Depression”, Journal of Abnormal Psychology 105, 1996. pp.155-65.
7. L. P. Riso e C. F. Newman. “Cognitive Therapy for Chronic Depression”, Journal of Clinical Psychology 59, 2003. pp. 817-31.
8. Por exemplo: A. W. Braam, P. van den Eeden, M. J. Prince, A. T. F. Beekman, S. L. Kivelae, B. A. Lawlor, et al. “Religion as a Cross-Cultural Determinant of Depression in Elderly Europeans: Results from the Eurodpe colaboration”, Medicina Psicológica 31, 2001. pp. 803-14.
Para leitura adicional
Associação Americana de Psiquiatria. Diagnóstico e Manual Estatístico de Desordens Mentais, 4th ed., DSM-IV, Washington, D.C., revisão de texto, 2000.
D. G. Blazer, R.C. Kessler, K.A. McGonagle, e M. S. Swartz. “The Prevalence and Distribution of Major Depression in a National Community Sample: The National Comorbidity Survey”, Jornal Americano de Psiquiatria, 151, 1994, pp. 979-86.
P. Saz, e M. E. Dewey. “Depression, Depressive Symptoms and Mortality in Persons Aged 65 and Over Living in the Community: A Systematic Review of the Literature”, Jornal Internacional de Psiquiatria Geriátrica, 16, 2001, pp. 622-30.
T. B. Smith, M. E. McCullough, e J. Poll. “Religiousness and Depression: Evidence for a Main Effect and the Moderating Influence of Stressful Life Events”, Boletim Psicológico, 129:4, 2003, pp. 614-36.

ESCOLHAS SAUDÁVEIS E OPÇÕES VITAIS

A os 21 anos, Larry Harmon experimentou maconha pela primeira vez. «Meus amigos me tentaram», disse ele mais tarde. Mas logo a maconha virou LSD, outra vez com o incentivo de seus amigos. Tomou apenas metade de um tablete, mas isso bastou para empurrá-lo a um abismo sem fundo: ansiedade, pânico, depressão e desorientação total. Foi uma «viagem» terrível. Sentiu que não tinha experimentado o assim-chamado efeito «arrebatador» que fora prometido. Experimentou de novo com um quarto de tablete; depois telefonou para casa e disse à sua mãe que estava embarcando no LSD.

Então aconteceu. As alucinações logo tomaram conta dele. O LSD mudou e distorceu seus sentimentos, pensamento, temperamento, consciência de si, julgamento, percepção de tempo e espaço. Saiu de seu quarto com uma espingarda, um punhado de balas e uma marreta. Fora de si, dirigiu-se para uma igreja católica romana. Desceu do carro, pegou suas ferramentas, entrou na igreja e viu o zelador numa escada, acertando o relógio. Bang! O zelador caiu e expirou.

A seguir, Larry se tornou um esquadrão demolidor. Tomando a marreta, quebrou imagens, arrasou o altar e destruiu bancos. Estava tendo uma viagem «alta». Mais tarde, confessou que era o instrumento de Deus para destruir Jesus Cristo, que ele cria ser o diabo. A essa altura, diversos estudantes e um padre ouviram o barulho e aproximaram-se da igreja. Larry começou a atirar em tudo que se movesse. Logo chegou a polícia. Seguiu-se uma troca de tiros. Ferido, Larry começou a correr. Dentro de segundos, caiu por terra, morto. Suas últimas palavras foram memoráveis: «Deus, por que sou eu que tenho de morrer?» Seu pai, o advogado E. Glenn Harmon, numa declaração à imprensa, disse: «Não foram as balas da polícia que mataram meu filho, foi o LSD.»
Com efeito, a viagem de Larry para a morte prematura começou com uma escolha errada.

Resultados de má escolha

A escolha é um dom que Deus deu a todo ser humano. Contudo, quando se usa mal o dom e se fazem más escolhas, os desastres inevitavelmente ocorrem. Considere os seguintes dados relativos os Estados Unidos, num só ano:
  • Encarceramentos anuais: 1.1 milhão por violação quanto ao uso de drogas; 1.4 milhão por dirigir embriagado; 480.000 por violações da lei quanto ao álcool e 704.000 por embriaguez.1
  • Crime: O álcool é o fator principal em 68 por cento dos homicídios dolosos (involuntários), 62 por cento das agressões, 54 por cento dos assassinatos, 48 por cento de roubos e 44 de arrombamentos.2
  • Estupro: Entre os encarcerados, 42,2 por cento dos indiciados por estupro confessaram estar sob a influência de álcool ou uma combinação de álcool e outras drogas no ato.3
  • Crime contra a propriedade: em 1990, dos que se submeteram a testes voluntariamente, mais de 60 por cento dos homens e 50 por cento das mulheres presos por crimes contra a propriedade (arrombamentos, furtos, roubos) tiveram resultado positivo quanto ao uso ilícito de drogas.4
  • Violência contra crianças: Em 1987, 64 por cento de todos os casos de agressão e negligência de crianças somente em Nova York foram associados ao consumo de drogas por parte dos pais.5
Ademais, o custo de crimes relacionados com drogas é de estarrecer: 61.8 bilhões de dólares por ano.6 Naturalmente, nenhum valor monetário pode ser atribuído às vidas humanas perdidas e ao sofrimento associado com as drogas. 

Drogas seguras?

As más escolhas e o uso ilícito de drogas cobra um preço enorme em termos de vida, longevidade e conseqüências sociais. Ninguém duvida disso. Mas que dizer das drogas comuns que podem ser compradas sem receita? Até a humilde aspirina tomada para uma dor de cabeça ou um resfriado pode prejudicar as funções do corpo, causando azia, desarranjo gastrointestinal, úlceras do estômago e hemorragia. O fato de essas drogas serem vendidas sem receita não significa que sejam seguras. O médico deve ser consultado mesmo para uso delas.

E as drogas sob prescrição? Novas drogas são descobertas e comercializadas quase diariamente, mas a «droga perfeita» que trará cura sem nenhum efeito colateral ainda não surgiu. Como exemplo, considere as drogas prescritas para o controle da pressão alta. Acarretam uma série de efeitos colaterais, incluindo fraqueza, fadiga, sonolência, dor de cabeça, depressão, tontura, gases, sudorese, indigestão, instabilidade emocional, altos níveis de colesterol e impotência. Os que precisam destas drogas talvez necessitem experimentar várias delas antes de achar uma que seu organismo tolere. Assim, não há droga que seja completamente segura. Mesmo os antibióticos acarretam problemas como náusea, vômito, diarréia, reações alérgicas e problemas de fungo. As drogas receitadas precisam ser vigiadas de perto por um médico, que pode analisar suas vantagens e desvantagens.

Fazendo escolhas sadias

Ingerir substâncias prejudiciais é contrário ao plano de Deus para a vida humana. Paulo afirma simplesmente: «Seu corpo é o templo do Espírito Santo». E ousamos prejudicar o templo de Deus? Paulo continua: «Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo» (I Coríntios 6:20). «Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus» (I Coríntios 10:31).

Ellen G. White, uma pioneira adventista em prevenção e remédios naturais, escreveu há mais de um século diversos artigos e livros cujos conceitos básicos têm sido comprovados pela ciência em décadas recentes. Ela enfatizou, por exemplo, a influência mútua entre corpo e mente, bem como o impacto de ambos sobre a vida espiritual. Somente quando temos corpos sadios podemos ter mentes sadias, habilitando-nos a comungar com Deus e os outros de modo claro. «Uma vida pura e sadia é mais propícia à perfeição do caráter cristão e ao desenvolvimento das faculdades da mente e do corpo».7 «Desde que o espírito e a alma encontram expressão mediante o corpo, tanto o vigor mental como o espiritual dependem em grande parte da força e atividades físicas. O que quer que promova a saúde física, promoverá o desenvolvimento de um espírito robusto e um caráter bem equilibrado. Sem saúde ninguém pode compreender distintamente suas obrigações, ou completamente cumpri-las para consigo mesmo, seus semelhantes ou seu Criador. Portanto a saúde deve ser tão fielmente conservada como o caráter».8 Em outro de seus escritos, ela enumerou os remédios naturais básicos que asseguram boa saúde. «Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino — eis os verdadeiros remédios.» 9

Têm estes princípios feito alguma diferença em promover boa saúde? Sim! Desde 1950, entre as populações do mundo, os adventistas do sétimo dia têm sido os mais estudados por pesquisadores. Resultados de algumas pesquisas:
  • Os homens adventistas do sétimo dia da Califórnia vivem na média 8,9 anos mais que outros homens na Califórnia. As mulheres adventistas na Califórnia vivem na média 7,5 anos mais do que outras mulheres naquele estado.10
  • Os homens adventistas holandeses vivem na média 8,9 anos mais do que outros homens holandeses. As mulheres adventistas na Holanda vivem 3,7 anos mais do que outras mulheres naquele país.11
  • Os homens adventistas noruegueses vivem na média 4,2 anos mais do que outros homens noruegueses. As mulheres norueguesas adventistas vivem na média 1,9 ano mais do que as mulheres norueguesas.12
  • Os homens poloneses adventistas vivem na média 9,5 anos mais do que outros homens poloneses. Mulheres adventistas da Polônia vivem na média 4,5 anos mais do que outras mulheres daquela nação.13
Essas descobertas têm chamado a atenção de outros pesquisadores e de funcionários do governo. T. Oberlin, da Universidade de Harvard, falando da vantagem adventista, afirmou: «Um aumento como esse na expectativa de vida na idade adulta é maior do que todo o avanço na expectativa de vida obtido nos últimos 60 anos neste país, como resultado de todo o progresso no conhecimento médico, mais as melhorias inumeráveis do ambiente no qual o homem vive».

Em 1980, Sydney Katz, funcionário canadense, reexaminou os dados sobre os benefícios do estilo de vida adventista e disse: «Tenho um conselho sobre como melhorar a saúde dos canadenses, e ao mesmo tempo cortar bilhões de dólares de nosso orçamento anual com saúde. Penso que deveríamos estudar o estilo de vida dos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia e depois explorar meios de persuadir o público a imitá-los em pelo menos alguns aspectos».
Passos para fazer escolhas sadias
Assim, que fazemos para mudar o estilo de vida ou adotar escolhas sadias? Que havemos de beber? Que havemos de comer? Quanto exercício devemos fazer? Devemos ir para a cama depois da meianoite ou antes? Deveríamos tomar drogas para nos acalmar? A luta entre fazer boas ou más escolhas quanto à saúde é incessante. É importante, pois, examinar os passos a serem dados ao fazer escolhas sadias.

1. Reconheça que Deus o ama e quer que você tenha saúde. Como o apóstolo João escreveu: «Meu querido amigo, tenho pedido a Deus que você vá bem em tudo e que esteja bem de saúde, assim como está bem espiritualmente» (III João 2, BLH).
2. Examine para ver se seu atual estilo de vida reflete as escolhas recomendadas por Deus. Estude os princípios de saúde contidos na Bíblia e depois recapitule os escritos de Ellen White sobre saúde. São os guias mais seguros no assunto.

3. Pese as vantagens e desvantagens da escolha que você fez. Quanto mais benefícios você desfruta por fazer escolhas sadias, tanto maior é a motivação para continuar com a mesma escolha ao longo de sua vida.

4. Admita que você não pode fazer escolhas sadias por si mesmo. Tendo reconhecido sua incapacidade de fazer coerentemente escolhas sadias, você procurará uma fonte externa de ajuda.

5. Receba forças de Deus continuamente. Considere o diagrama desta página. As más escolhas referentes à saúde podem ser quebradas e o sucesso assegurado somente quando admitimos nossa incapacidade e permitimos que Deus nos habilite a fazer escolhas acertadas.

Tenha um plano a seguir

Veja, por exemplo, a questão do regime alimentar. Deus não quer que soframos de várias enfermidades causadas por ingerir espécies erradas de alimentos. O relato de Gênesis sobre a Criação nos dá a dieta original de Deus para a humanidade: «Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento» (Gênesis 1:29). Ellen White comenta: «A fim de saber quais são os melhores alimentos, cumpre-nos estudar o plano original de Deus para o regime do homem. Aquele que criou o homem, e lhe compreende as necessidades, designou a Adão o que devia comer.... Cereais, frutas, nozes e verduras, constituem o regime dietético escolhido por nosso Criador».14

As vantagens de comer uma dieta vegetariana são claramente apresentadas na Bíblia. Os capítulos 5 e 11 de Gênesis documentam a longevidade do povo que adotava a dieta vegetariana antes do Dilúvio, e daqueles que comiam carne depois do Dilúvio. Ver o quadro à direita.
Se você tirar a média das idades de ambos os grupos, notará uma média de 900 anos antes que se adotasse uma dieta carnívora, e de 300 anos depois disso. Naturalmente, não foi só a dieta que causou a queda na longevidade. Os efeitos do pecado causaram seu impacto também. Mas a mudança de dieta trouxe enfermidades que contribuíram para reduzir a longevidade.

Dados científicos apóiam a dieta vegetariana como sendo a dieta sadia. Em 1995, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em suas diretrizes dietéticas atualizadas, enfatizou que «as dietas vegetarianas são coerentes com as diretrizes dietéticas para os americanos e estão de acordo com as doses dietéticas recomendadas quanto aos nutrientes». Este documento reconhece que:
  • Os grãos estão associados a um risco substancialmente menor de muitas doenças crônicas, incluindo certos tipos de câncer.
  • Os nutrientes antioxidantes produzem um benefício potencial em reduzir o risco de câncer e outras doenças crônicas.
  • O ácido fólico contido numa dieta vegetariana «reduz o risco de um tipo grave de defeito congênito».
Assim, tanto a partir dos dados bíblicos como dos científicos, sabemos que as escolhas dietéticas afetam nossa qualidade de saúde e vida. Escolhas sadias levam a uma qualidade de vida melhor. O que comemos, o que bebemos, o que introduzimos em nosso corpo, todos têm o seu efeito. Mas as boas escolhas não podem ser feitas facilmente. Como nas áreas moral e espiritual, requerem ajuda exterior. Deus promete esta ajuda àqueles que mantêm uma relação duradoura com Ele: «Tudo posso nAquele que me fortalece» (Filipenses 4:13). 

Kathleen H. Liwidjaja-Kuntaraf (MD, MPH) é diretora associada para prevenção, Departamento de Saúde, Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. Seu endereço é: 12501 Old Columbia Pike; Silver Spring, Maryland 20904; E.U.A. E-mail: 74532.747@compuserve.com

Notas e referências:

1.   U.S. Department of Justice, Bureau of Justice Statistics, «Crime in the United States 1991», Washington D.C., 1992; ver também «Drugs, Crime, and the Justice System: A National Report», Washington D.C., 1992.
2.   U.S. Department of Health and Human Services, National Institute on Alcohol and Health: Sixth Special Report to Congress on Alcohol and Health from the Secretary of Health and Human Services, 1987".
3.   J. J. Collins e M.A. Messerchmidt, «Epidemiology of Alcohol-Related Violence», Alcohol Health and Research World 17 (2): 93-100, 1993, National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism.
4.   U.S. Department of Justice, Bureau of Justice Statistics, «Drugs, Crime, and the Justice System: A National Report», Washington D.C., 1992.
5.   I. J. Chassnoff, Drugs, Alcohol, Pregnancy and Parenting (Hingham, Massachussets: Northwestern University Medical School, Departments of Pediatrics and Psychiatry and Behavioural Sciences, Kluwer Academic Publishers, 1988).
6.   Institute of Health Policy, Brandeis University, Substance Abuse: The Nation’s Number One Health Problem: Key Indicators for Policy. The Robert Wood Johnson Foundation, October 1993.
7.   Ellen G. White, Conselhos sobre Saúde, (Santo André, SP.: Casa Publicadora Brasileira, 1971), pág. 41.
8.   White, Educação (Santo André, SP.: Casa Publicadora Brasileira, 1977), pág. 195.
9.   White, Ciência do Bom Viver (Santo André, SP.: Casa Publicadora Brasileira, 1977), pág. 127.
10. The Adventist Health Study, School of Health, Loma Linda University, Loma Linda, California, 1978.
11. J. Berkel e F. DeWaard, «Mortality Pattern and Life Expectancy of Seventh-day Adventists in the Netherlands», International Journal of Epidemiology 12 (1983): 455-459.
12. H. Waaler e P. F. Hjort, «Hoyere levealder hos Norske Adventister 1960-1977: Er budskap om livstil og hels? (Low Mortality Among Norwegian Seventh-day Adventists, 1960-1977: A Message on Lifestyle and Health)», Tedsskr Nor Laegeforen 101 (1981): 623-627.
13. W. Jedrychowski, B. Tobiasz-Adamczyk, A. Olma, e P. Gradziliewicz, «Survival Rates Among Seventh-day Adventists Compared With the General Population in Poland», Scandinavian Journal of Socialised Medicine, 13 (1985): 49-52.
14. White, Orientação da Criança (Santo André, SP.: Casa Publicadora Brasileira, 1975), pág. 380.

AS PEDRAS AINDA CLAMAM

Pó, sim. Calor, bastante. Discussões veementes, muitas. Mas não são essas coisas que tornam a arqueologia bíblica excitante e desafiadora. Ela é a busca de significado, da compreensão de uma cultura, da permissão para que a Bíblia se torne viva e transforme a poeira da escavação num castelo de sabedoria. Um fragmento de cerâmica, alguns ossos quebrados e deteriorados, uma lasca de parede ou uma inscrição meio apagada numa moeda, essas e outras evidências colhidas no entulho do passado clamam e freqüentemente confirmam a historicidade e autenticidade das Escrituras. 

O início da pesquisa arqueológica foi caracterizado mais pelos aventureiros afoitos do que por cientistas equilibrados e analíticos.1 Mais tarde, essa mentalidade foi substituída por cuidadosa análise estratigráfica e um enfoque voltado a métodos em lugar de artefatos. Essa renovada discussão metodológica tem caracterizado o trabalho dos peritos no campo durante os últimos 20 anos. Um aspecto desse debate é o desafio de William Dever, professor da Arizona University, lançado tanto aos arqueólogos como aos teólogos, para uma redefinição da relação entre a comunidade de fé e a comunidade arqueológico–cientifica.2 Como resultado, o adjetivo “bíblico” foi desconectado de “arqueologia” e substituído pelo termo geográfico “siro-palestino”. Essa controvérsia sobre “mera nomenclatura” evidencia os desafios que a disciplina enfrenta, os quais estão mais arraigados em pressuposições filosóficas do que na diferenciação de métodos. Podemos observar desenvolvimentos semelhantes em outras áreas de pesquisa, talvez como resultado do assalto pós-modernista contra o absoluto.3
Como isso afeta o crente na Bíblia ao ele ler comentários, jornais e livros que contêm referências a achados arqueológicos recentes? Ainda é verdade que a pá do arqueólogo confirma a Palavra, ou isso é algo que servia para uma época menos iluminada, onde uma cosmovisão positivista baseada em fundamentos cristãos determinava a agenda de pesquisa para o arqueólogo bíblico?
Para responder a essas perguntas, considere três áreas nas quais a arqueologia bíblica do século XXI pode contribuir para nossa compreensão da Palavra de Deus. Note como o texto bíblico e os artefatos precisam ser conjugados para formar um todo útil.4
 
Eventos históricos e personalidades 

A arqueologia confirma, primeiramente, acontecimentos históricos específicos e personalidades mencionadas no texto bíblico. Um exemplo é a inscrição de Tell Dan.5

Em 21 de julho de 1993, uma escavação em Tell Dan6 descobriu uma pedra de basalto com inscrições. O achado produziu inúmeros artigos por parte de eruditos bíblicos e confirmou a narrativa escriturística.7 Uma estela (um tipo de bloco fixo de pedra com inscrições, freqüentemente usado para demarcar uma fronteira ou comemorar um acontecimento importante na vida de seus criadores, por exemplo, uma vitória militar) que fazia parte de uma parede datada de meados do século nono A.C. pelo pesquisador Prof. A. Biran, do Hebrew Union College em Jerusalém, e contemporânea do rei Acabe, de Israel e do rei Josafá, de Judá. A parte instigante dessa descoberta tem de ver com o conteúdo da estela, o qual menciona “Israel” e, pela primeira vez em material extrabíblico, “a casa de Davi”, texto esse que foi mui provavelmente precedido de uma referência a um rei específico (na linha 9 dessa inscrição). Alguns fragmentos adicionais encontrados em 1994 indicam que a estela faz referência ao assassinato de Jeorão de Israel e Acazias de Judá, por Jeú (ver II Reis 9). A referência à “casa de Davi” é clara e fora de discussão. No Velho Testamento, “casa de Davi” se refere não somente à família (ou pessoas vivendo sob o mesmo telhado) do Rei Davi (I Samuel 19:11; 20:16), como também a seus descendentes que se assentaram no trono em Jerusalém e reinaram sobre Judá (II Samuel 3:19; I Reis 12: 19, 20). Parece razoável afirmar que “casa de Davi” é uma referência ao reino de Judá e a simples menção de Davi, fora da Bíblia, resolve os numerosos desafios à historicidade desse monarca.8
 
Vida cotidiana nos tempos antigos 

A arqueologia nos conta da vida diária nos tempos antigos, tornando mais reais e significativos nossa pregação e ensino da Palavra de Deus. Essa é uma das razões que uma equipe de arqueólogos modernos inclui uma ampla variedade de especialistas em antropologia, biologia, paleozoologia, botânica, arquitetura, etc. Contudo, poucos achados arqueológicos estabelecem conexão direta com o texto bíblico. Uma inscrição mencionando um rei conhecido é um acontecimento extraordinário. Um selo inscrito com o nome de um oficial da corte mencionado na narrativa bíblica é uma exceção maravilhosa. No entanto, o lado menos glamouroso (e mais poeirento) da arqueologia, que ajuda a reconstituir a vida diária dos tempos antigos, representa uma contribuição importante em nossa busca de sentido na Palavra de Deus.
Um bom exemplo desse tipo de pesquisa é o trabalho de Øystein S. La- Bianca, antropólogo na Andrews University, e um dos diretores-adjuntos do Projeto da Planície de Mataba, copatrocinado pela Andrews University, La Sierra University, Walla Walla College e Canadian University College. O interesse principal de LaBianca tem sido o estudo dos sistemas de alimentação como um barômetro da organização social local.9 Esse plano de pesquisa pode parecer um tanto árido para o estudante da Bíblia. Contudo, quando pensamos nas muitas vezes que a Bíblia menciona “comer e beber” 10 e na importância da refeição comunal, também no significado do acesso à água, uso do solo, regras de assentamento populacional, e no extraordinário papel que a agricultura desempenhava no Velho Testamento, imediatamente percebemos o significado subjacente ao trabalho nessa área. Eis dois exemplos: 

I Reis 18:41 acrescenta um pormenor interessante à história do encontro entre Deus e Baal (representados nesse ensejo por Elias e os sacerdotes de Baal), quando o profeta fala ao rei Acabe, depois do fogo ter descido do céu: “Sobe, come e bebe, porque ruído há de uma abundante chuva.” Por que, em meio à seca, sugerir ao rei antagonista, uma festa, mesmo depois do lamentável desempenho de seus sacerdotes? “Comer e beber” são outros componentes da história que antecipam os aspectos do acordo para uma ceia comunal. Eis outro convite para entrar (novamente) em concerto com o Deus de Israel. (Como pode ser visto em Êxodo 24:11, comer e beber fazem parte do ritual do pacto.) Deus não somente é soberano para enviar fogo, como também é verdadeiramente o Regente da Natureza. Ele trará chuva e com ela vêm as bênçãos da colheita, do socorro e do vigor renovado. A alusão à refeição é tanto a declaração final de vitória sobre Baal feita pelo profeta de Deus, como o último esforço de um Criador amoroso para recuperar um filho obstinado e perdido, isto é, o rei Acabe. 

Rute 1:1 descreve uma fome em Belém, que ironicamente significa “casa do pão”. Elimeleque, sua esposa Noemi e dois filhos precisavam achar alimento em algum outro lugar. Numa tentativa desesperada de vencer as adversidades (e contra uma boa razão bíblica), eles se mudaram para Moabe, país vizinho situado do outro lado do vale do Jordão. A viagem não era longa, talvez alguns dias quando se viajava com crianças e todos os pertences de uma casa. Mas em termos da dimensão interna dessa decisão, a viagem bem poderia ser de milhares de quilômetros. A fome física experimentada em Belém é aparentemente evitada em Moabe, embora a Bíblia não descreva as circunstâncias materiais da mudança. Contudo, a dimensão espiritual da fome torna-se ainda mais aparente quando continuamos a ler a história de Noemi e Rute. Com o passar do tempo, Elimeleque e seus dois filhos morreram, deixando três viúvas. Noemi expressa sua desolação ao aconselhar que suas noras voltem para a casa de seus pais. A amargura da separação reflete-se em seu novo nome: “Mara”, que significa “amarga”, porque “Grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso” (Rute 1:20). A Bíblia salienta dois pontos importantes: (1) Parece que os surtos de fome ocorriam localmente e nem sempre em grande escala. A fome podia ser causada por uma peste grassante sobre os campos de Belém, destruindo toda a colheita e a semente para o ano seguinte. A fome aniquilava vidas e eliminava opções, algo que mal pode ser apreciado por um leitor das Escrituras nos Estados Unidos ou na Europa, no começo do século 21. Entretanto, suponho que alguém vivendo na África subsaariana ou no Oriente Médio pode facilmente compreender essa realidade. (2) A interação econômica entre as várias regiões pode ser mais bem apreciada. Israel não era uma ilha isolada e protegida como um encrave. Tinha fronteiras em constante mudança, interação real com regiões vizinhas e com essa ação recíproca surgia sempre o desafio religioso de manter-se fiel a Jeová, em lugar das sempre presentes divindades da fertilidade. Isso muda nossa opinião sobre a história de Rute ou mesmo a de Elias e Acabe? Na verdade, isso nos ajuda a ligar a vida real com as personalidades bíblicas. Um dos pontos principais que os autores do Velho Testamento (mesmo os do Novo) destacam ao descrever os atos de Deus na história é este: Deus é um Deus ativo e próximo. Ele intervém diretamente na história humana e está no seu controle. 

Realidades religiosas 

Finalmente, a arqueologia nos ajuda a compreender melhor o panorama religioso. Na cultura do Antigo Oriente Médio, religião, política e vida diária não eram tão compartimentalizadas como em nossa cultura ocidental. Para ilustrar: Considere um importante achado de Betsaida (et-Tell), um lugar que os leitores da Bíblia ligam geralmente ao ministério de Jesus. Contudo, escavações recentes demonstraram que o lugar já existia na época da monarquia dividida (que os arqueólogos descrevem como a II Era do Ferro). 

 


Em junho de 1997, os arqueólogos da Universidade de Nebraska, Omaha, encontraram junto ao portal da cidade uma estela icônica (isto é, ostentando uma imagem gravada) com inscrição. 11 Essa peça se assentava sobre uma espécie de plataforma de um metro de altura, juntamente com uma bacia e três vasos de incenso. Segundo os editores da primeira publicação, a divindade da estela representava o deus-lua.12 A construção, sem dúvida, tinha caráter religioso e penso que isso proveja um bom esclarecimento para o texto de II Reis 23:8, freqüentemente olvidado.13 O texto nos informa que quando Josias começou a que seria a última reforma religiosa em Judá, ele “derribou os altos das portas, que estavam à entrada da porta de Josué”, como parte de uma lista de medidas reformatórias que também incluíam outros lugares altos. É bastante surpreendente que os arqueólogos não achassem outros exemplos desses “altos” junto da porta14, porque no antigo Israel o portão era um dos pontos principais tanto para a cidade como para a sociedade. Estamos falando do lugar onde as coisas aconteciam, onde as decisões eram feitas e onde as grandes reformas começavam — à entrada da sociedade civil. É justamente essa conexão que a teologia e a arqueologia precisam fazer. 

Quando estive escavando para o Projeto da Planície de Mataba, em 1996, passei uma noite inesquecível com William Dever, uma das maiores autoridades da moderna arqueologia siro-palestiniana. Estávamos deitados em nossas camas num dormitório, conversando sobre arqueologia, teologia, textos e artefatos, quando ele me disse: “Vocês adventistas estão fazendo uma grande obra. Continuem cavando, continuem tendo uma visão ampla da conexão da vida real com o texto bíblico. Continuem lendo a Bíblia à luz da arqueologia”. E a tudo isso eu só pude acrescentar um caloroso Amém! 

Gerald A. Klingbeil (D.Litt. pela University of Stellenbosch, África do Sul) é professor de Velho Testamento e estudos do Antigo Oriente Médio na Universidad Adventista del Plata, Entre Ríos, Argentina. Seu email: kling@uapar.edu 

Notas e referências 

1.   Ver, por exemplo, a descrição dos métodos de H. A. Layard, que escavou em Nínive, em P. R. S. Moorey, A Century of Biblical Archaeology (Louisville: Westminster/John Knox Press, 1990), pp. 8 e 9. Outro bom sumário pode ser encontrado em S. Schroer e T. Staubli, Der Vergangenheit auf der Spur. Ein Jahrhundert Archäologie im land der Bibel (Zürich: Freunde des Schweizer Kinderdorfes Kirjath Jearim in Israel, 1993), p. 11.
2.   Ver W. G. Dever, “Retrospects and Prospects in Biblical and Syro- Palestinian Archaelogy”, Biblical Archaeologist (1982) 45:103-107 e “What Remains of the House that Albright Built?” Biblical Archaeologist 56 (1993) 1:25-35.
3.   Ver A. E. McGrath, “The Challenge of Pluralism for the Contemporary Christian Church”, Journal of the Evangelical Theological Society 35 (1992) 3:363; também R. McQuilqin e B. Mullen, “The Impact of Postmodern Thinking on Evangelical Hermeneutics”, Journal of the Evangelical Theological Society 40 (1997) 1:69-82.
4.   Para uma discussão mais profunda sobre a relação entre texto e artefato, ver meu capítulo intitulado “Methods and Daily Life in the Ancient Near East: Understanding the Use of Animals in Daily Life in a Multi-Disciplinary Framework”, em R. Averbeck et al., eds., Daily Life in the Ancient Near East, a ser publicado por C. D. L Press em Bethesda, MD.
5.   Para um debate mais acurado sobre o significado da descoberta de Tell Dan, ver meu artigo “La ‘casa de David’ y la arqueologia reciente: o que viene primero, las piedras o nuestra fe”?, Revista Adventista, setembro de 1996, pp. 30 e 31.
6.   Tell Dan é uma cidade ao norte do território danita, a moderna Tell el Qadi ou Tell Dan, próxima das nascentes do Jordão. Seu antigo nome era Lais (Juízes 18:29; chamada Lesém em Josué 19:47), aparecendo como Luz (i) nos textos egípcios de c.1850-1825 a.C. Essa era a cidade israelita mais ao norte, daí a frase “de Dan até Berseba” (Juízes 20:1). O santuário ali estabelecido sob o sacerdócio de Jonatã, neto de Moisés, e seus descendentes (Juízes 18:30), foi elevado à posição de santuário nacional por Jeroboão I (I Reis 12:29 ss.), e assim permaneceu até “o cativeiro da terra” sob Tiglate-Pileser III.
7.   Ver A. Biran e J. Naveh, “An Aramaic Stele Fragment from Tell Dan”, Israel Exploration Journal 43 (1943) 2/3:81-98, e também seu artigo “The Tell Dan Inscription: A New Fragment”, Israel Exploration Journal 45 (1995) 1:1-18.
8.   Ver, por exemplo, N. P. Lemche e T. L. Thompson, “Did Biran Kill David? The Bible in the Light of Archaeology”, Journal for the Study of the Old Testament 64 (1994):3-22. O artigo afirma que o relato bíblico de Davi (Saul, Salomão e todas as outras figuras históricas) não é um fato histórico que nos fale da vida e experiências desses homens, mas ideais de Israel conceituados por algum erudito (muito criativo e engenhoso,) pouco depois do exílio.
9.   Ø. S. LaBianca e R. W. Younker, “The Kingdoms of Ammon, Moab and Edom: The Archaeology of Society in Late Bronze/Iron Age Transjordan (ca. 1400- 500 a. C.)”, em T. E. Levy, ed., The Archaeology of Society in The Holy Land (London e Washington: Leicester University Press, 1995), pp. 399-415.
10. Leia o importante artigo de autoria de A. W. Jenks, “Eating and Drinking in The Old Testament”, em D. N. Freedman, ed., Anchor Bible Dictionary, 6 volumes (New York: Doubleday, 1992), 2:250-254.
11. M. Bernett e O. Keel, Mond, Stier und Kult am Stadttor: Die Stele von Betsaida (et-Tell), OBO 161 (Fribourg/Göttingen: Universitätsverlag/Vandenhoeck & Ruprecht, 1998).
12. Ibid., p. 34-41.
13. Construções e práticas semelhantes são também descritas em Ezequiel 8:3-5 e talvez no Salmo 121:8.
14. Há, contudo, diversos exemplos de Tell Dan e outros lugares na Palestina. Ver Vernett e Keel, Mond, Stier und Kult am Stadttor, 47-66.